16 dezembro, 2007

Um recado pra voces.



São raras às vezes em que escrevo na calma de minha residência. Na maioria das vezes, penso, crio e faço postagens na maior turbulência de uma jornada de trabalho estafante e confusa sobre um olhar crítico de algum chefe "orelhudo". E quando aperto o botão "publicar postagem", lanço ao ar fragmentos do que poderia ter sido a obra de minha vida, mas ao contrário, uma criação capenga da sombra de uma narração rápida e incompleta.

Fiquem certos que a intenção deste blog é transmitir, ainda que numa singela ficção, a mais pura mensagem de paz e esperança; que todos nós diante da poderosa criação do universo, não passamos de um punhado de pó que navega ao rumo certo numa correnteza cósmica já predestinado por Deus. Aos olhos da criação não somos ricos e nem pobres, nem brancos ou negros e nem melhores ou piores do que ninguém, mas se interferirmos com estas leis divinas, aí sim, a balança da justiça cobrará o seu preço, pois fiquem certos, pra "causa e efeito", não existe corrupção.

Através de ZARAGATA conheci pessoas maravilhosas de toda a parte do planeta: Cris Penha com seu trabalho incrível em Laboratorio de geografia. na mais bela visão geográfica nos dando um ar de liberdade ao viajarmos em seus post's imperdíveis; A fada Tifon nos enchendo de magia e abrindo as portas de um verdadeiro mundo mágico com Historias com nome proprio. e suas estórias repleta de amor numa sutileza nua e selvagem; O grande Arni com sua Butique da Severina que sempre nos acolhe com seus comentários calorosos dando-nos forças e sempre empurrando-nos pra frente, sempre; Arthurius, grande professor das artes da praticidade da "psinternáuticologia" - inventei agora -, sempre nos incentivando e gritando com Visão Panorâmica e nos mostrando o fio da meada abrindo caminhos tortuosos como um verdadeiro guerreiro; A senhora Myy lá de longe retratando o seu dia a dia em fotos com a sua maravilhosa família; Neurônios Perdidos , O Avesso da Vida , Pensamentos equivocados. , Jac C. , Daniel Moraes , http://www.vladirduarte.blogspot.com/ e muitos outros.

Muito obrigado a todos vocês por me permitirem de uma certa forma a fazer parte de suas vidas. Estou aqui torcendo por todos voces, e, se as minhas orações realmente atingirem as estrelas, voces um dia terão um sonho estranho, igual ao que tive uma vez e que me fez mudar; A internet não vai mais existir porque todos nós estaremos interligados através de nossas mentes, de nossos corações; não precisaremos mais impor os nossos preceitos ou preconceitos pois teremos a mais viva certeza de que realmente somos iguais; trocaremos sonhos como quem troca comentários; lançaremos ao invés de críticas destrutivas, impulsos eletromagnéticos de nossas essências, da nossa alma, sentiremos até o cheiro uns dos outros; o Zaragata vai deixar de existir porque a sua missão terá chegado ao fim, não que Zaragata tenha sido prepotentemente a causa deste novo mundo, mas é que os ventos soprarão em outros horizontes e juntos, em outros tipos de blog´s ou coisa parecida, estaremos novamente em uma outra nave, em um outro caminho, em uma outra missão.
Até lá...






UM FELIZ NATAL !


10 dezembro, 2007

Desdobramento. (viagem astral).


Exercício.

Recomenda-se que nos dias que antecedem os exercícios a alimentação seja leve e nutritiva. A água em abundancia é primordial. Dê preferência as horas mortas; após a zero hora.
Deitado, imagine o corpo ser uma grande fábrica e que sejam dispensados aos poucos, após um longo e cansativo dia de trabalho, todos os trabalhadores em seus respectivos setores. Todos eles aos poucos, saem pelos pés.
Primeiro, os trabalhadores das pernas; imagine todos eles batendo o cartão de ponto e apagando a luz deixando o setor vazio e escuro.
Depois, os trabalhadores dos braços, da cabeça e o do tronco. Só o coração continuará trabalhando dentro da tua grande fábrica. Toda ela estará às escuras, em silêncio, descansando. Só um funcionário dentro do coração, terá a função de manter a fábrica viva.
Tente sentir todo o corpo inerte, colado a cama ou ao chão. Procure na escuridão do teu universo o silêncio da tua alma.
Agora, imagine o número vinte em seu universo, em sua escuridão. O vinte será simples, grande e fortemente visível em sua forma geométrica. Imagine o número dezenove, o dezoito até o número um. Não precisa falar para si o número que se está imaginando, apenas, o crie vivamente para si e vá decrescendo lentamente na sua imaginação respirando e expirando profundamente tentando ficar o mais relaxado possível.
Na primeira semana, comece com o número vinte. Na segunda semana, com o número quarenta e na terceira, com oitenta, cem ou mais.
A combinação de outros pequenos exercícios também ajuda, mas este sem dúvidas é o melhor deles.
Às vezes fazemos uma viagem astral sem ter consciência, por isso, é sempre bom em nossos sonhos conscientes ou não, olharmos para as nossas mãos. A tentativa de olhar as mãos e o simples fato de pensar em agir nos sonhos tambem não deixa de ser um excelente exercício. O esforço de mover-se conscientemente nos sonhos será gratificante para o próximo sonho.
É sempre bom lembrar que a determinação e o sacrifício são os melhores exercícios que existe para a alma.
Sacrifício vem da palavra sagrado, e tudo que é sagrado, vem de Deus.

06 dezembro, 2007

Esqueci que uma semana longe do blog muita coisa acontece.
Agradeço a indicação.
Sei que estou um pouquinho atrasado.
Nunca me senti tão em casa na troca de todos os nossos comentários, entre todos nós como uma grande família.
Mais uma vêz agradeço e os meus indicados são:

CONTOS ANCESTRAIS
O Avesso da Vida
Laboratorio de geografia.
Historias com nome proprio.
Visão Panorâmica
GOTAS DIÁRIAS DE SENTIMENTO
Neurônios Perdidos

Um grade abraço.

28 novembro, 2007

A primeira batalha.

(Inadequado pra menores de 18).

Fiquei surpreso ao ver Phaíbe caminhar em minha direção. Imaginei ele estar longe da terra, pois havia me deixado sozinho com a missão de estudar e a transmitir os ensinamentos damalianos. Tambem estranhei ao notar que não possuía o seu sorriso característico, e perguntei já contagiado por sua seriedade, se tinha acontecido alguma coisa.
- Há sim. Vamos caminhar por esta rua e me diga se ver algo de estranho. Qualquer coisa - insistiu.
Sabia que alí não era o Brasil, pois as roupas das pessoas e o idioma nos velhos letreiros me davam a certeza de que era um país estrangeiro. Fiquei a imaginar o que estava acontecendo, mas logo, ao sentarmos nas escadarias de uma velha igreja, passei a contemplar aquela paisagem simplória, porém bela, e logo me ví entorpecido em outros novos pensamentos.

Havia uma velha e enorme árvore no centro de uma pequena praça a nossa frente; a sua sombra parecia não terminar e cobria as pessoas que perambulavam calmamente deliciando-se ao frescor de uma leve brisa que vinha do norte. Crianças corriam aos berros fazendo-me lembrar da experiência do "céu". Pássaros pulavam de galho em galho como se procurassem insetos por entre as folhas. Foi quando notei uma linda mulher que carregava inúmeros e pequenos gravetossecos por entre os braços junto ao corpo suado. Phaíbe notou que aquela mulher me chamara a atenção e pareceu interessar-se tambem. Aquele linda figura movimentava-se com equilíbrio e perfeição e ainda assim, parecia não chamar a atenção de ninguém.
Phaíbe agora estava de pé olhando fixamente para aquela mulher. O mesmo fiz colocando-me ao seu lado. Mas alguma coisa estava errado; A mulher também notou a nossa presença. Imaginava até aquele momento que ninguem poderia nos ver, motivo este que sempre me deixava avontade, mas algo tinha chamado a sua atenção sobre nós, tanto, que largou os gravetos ao chão e ficou parada, imóvel, atenta aos nossos mínimos movimentos.

Os cabelos negros caíam-lhe aos ombros desnudos e o "tomara que cáia" tampava-lhe insuficientemente os seios formosos e cheios. Uma colorida saia, ainda que larga e surrada, escondia a silhueta de um corpo belo e esguio nas mais atrevidas curvas da tentação. A sua pele dourada pelo sol parecia exalar um perfume de êxtase e delírio.

- Ela está nos vendo? - perguntei a Phaíbe que ainda a olhava fixamente. Gritou exaltado ao me ver olhando para ele, e não para ela.

- OLHE PARA ELA, AGORA!!!

Assustei-me com seu grito e automaticamente procurei a linda mulher. Fiquei surpreso ao vê-la do lado da calçada em que nós estávamos. Em apenas alguns segundos ela conseguiu atravessar a rua e ficar apenas alguns metros de nós. Vi agora o quanto os seus olhos eram verdes e brilhantes; A face lisa e larga mostrava um semblante de uma pessoa arisca e sagaz. As sobrancelhas por fazer, grossas e acentuadas, combinavam com o seu olhar firme e frio apontado em minha direção. Parecia murmurar algo por entre os lábios incrivelmente carnudos. Senti alguma coisa no centro do meu corpo como se algo lá dentro formigasse demasiadamente. E ainda que o ar me faltasse, uma estranha ereção se formou. Nunca em minha vida senti tanto prazer em ver uma mulher tão bela. Aquela vontade enlouquecida estava me levando a uma ejaculação se Phaíbe não segurasse o meu braço e me chamasse para partir.
Como o coração poderia bater tão lentamente se o estômago parecia me sair pela boca? Como poderia ser tão fascinante e atraente ao ponto de fazer-me lentamente, ainda que excitado, adormecer numa "plenitude explosiva" e enlouquente?

- ACORDA!

Escutei uma voz ao longe me chamando mas não queria saber quem era pois o perfume do universo era doce e suave ao ponto de uma poderosa ejaculação levar-me, sem paradas, a uma viagem por entre todos os planetas, por todas as galáxias, as mais distantes. As nuvens eram tão densas que se poderia esparrar o esqueleto cansado e rolar por entre ventos perdidos navegando nos mais lindos sonhos coloridos.

- ACORDA, SEU MERDA!.

Também escutei o grito de uma águia que passava pelas proximidades. Só agora sentia o como aquela pequena ruela era barulhenta e movimentada. Phaíbe arrastou-me para longe daquela mulher. Acordado agora, ele já não se esforçava tanto, pois eu já conseguia lhe acompanhar tentando entender o que estava acontecendo e principalmente, aonde eu estava.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Você perdeu uma batalha. Ela quase prende a sua alma. - disse olhando para trás.

- Mas que batalha? - perguntei também tentando olhar para trás, mas ele não deixou.

- Merda, merda, merda.

- Você nunca falou palavrão - lembrei.

- Você nunca teve tão perto de me fazer falhar como mensageiro...

- Mas quem era ela?

- A sua alma gêmea negativa. E voce vai ter que enfrentá-la de novo, pois agora que ela sabe que você estar perto e sabe como chegar até ela, vai te seguir onde voce fôr.

- Seguir aonde, lá em casa, nos meus sonhos? Aonde, Phaíbe?

- E você vai ter que dar um fim nisso.

Nunca tinha visto Phaíbe andar tão rápido. Eu mesmo já estava correndo. Continuei a perguntar:

- Dar fim, como? Matar? Exterminar? Passar o rodo?

Puxei-o pelo braço fazendo Phaibe parar. Continuei a gritar.

- Você deve estar brincando; Passei por inúmeros perigos com explosões, enormes ondas, frio, viagens no tempo, céu e até pro inferno eu fui, literalmente. E sem falar que tenho um negão nos meus sonhos e um anão sacudo que tentou sarrar o meu joelho. Encontro agora uma mulher gostosa e você fala que tenho que passar a coitada?

Senti que desta vez ele tinha se magoado com minhas ironias, mas olhou pra mim com grande compaixão e disse calmo e pausadamente.

- Você terá que aprender a usar a chama azul da espada do arcanjo Miguel. Agora, só as legiões da luz podem ajudá-lo. Voce tem que ser rápido, o mais rápido possível.

17 novembro, 2007

O céu.

Se vacilar por algum motivo, inclusive por mêdo, tenho a viva certeza de que voltarei ao meu corpo físico, inerte, profundamente adormecido, esparramado ironicamente sob as cobertas. Por isso, há uma necessidade constante de sustentar o pensamento de flutuação.

Poço ver nuvens de pensamentos elevando-se da cidade: ou em formas mais sutis ou nas mais pesadas e vaporosas nuvens escuras. Mesmo assim, inundam os ares das cores mais sortidas que eu tenha visto.


(Ficaríamos surpresos com a atmosfera astral dos bares, prostíbulos e casas de jogos, pois os pensamentos mais degradantes de almas perdidas vagueiam e contaminam objetos e pessoas com suas essências pesadas).


Sentia uma eletricidade estática quando pontos brilhantes passavam por um fio ténue que me unia ao corpo físico, ainda que não podia mais vê-lo, mas sabia que ainda me pertencia. E ficava maravilhado em ver a tamanha harmonia de todos os pontos que se podia ver, indo ao encontro daquelas nuvens escuras, como se tentassem influenciá-las com suas cores brilhantes. E as vezes conseguiam.


E quando acabou a extensão de uma espécie de túnel - que só ali me dera contas que era um túnel -, uma poderosa luz se fez mostrando um mundo incrivelmente belo; Um mundo brilhante e magnifico coberto de vida pra onde quer que se olhasse.


Vejo agora enormes salas com pessoas deitadas, adormecidas, sob a guarda de outras pessoas que erguiam as mãos sobre as que dormiam, parecendo meditar ou lançando algum tipo de energização,ou algum tipo de "passe" - imaginei. E eram muitas as pessoas, talvez milhares.


Grupos de pessoas seguiam uma única que falava calmamente apontando em alguma direção. E me surpreendia quando via que alguns destes tutores possuíam um luz que fazia os seus corpos quase brilharem. E maravilhosamente afirmo novamente, que vi alguns deles voarem.


Pequenas casas sem portas e janelas formavam grandes grupos de quadras parecendo ser um grande condomínio. As pessoas entravam e saiam como se todas as casas fossem delas. E era admirável ver ao longe, cidades enormes com arranha céus de cristais de todas as cores que já tinha visto e que desconhecia. Torres enormes com lindos sinos que repicavam estranhos sons pareciam tocarem as poucas nuvens. Nuvens que se desfaziam quando algum raio ou objeto lhes cruzavam o centro. (Mensageiros indo e vindo de suas missões celestiais).


Pessoas pareciam ter chegado naquele momento e eram recebidos por seus parentes, amigos e mentores. Diferentes daqueles que ainda dormiam. Crianças brincavam em volta das árvores; pássaros e borboletas também. A harmonia contagiava-me o coração como se sentisse que alí era o meu lugar, mas eu sabia, tinha que regressar.


Uma rosa caída sobre uma fina camada dágua, as margens de um lindo rio, chamou-me a atenção. Fiquei a contemplá-la e de súbito encheu-me de alegria. Uma simples rosa ensinou-me a mais bela das lições. Ainda que caída, deitada húmida e ferida, continuava a sua missão na sua mais infinita jornada. Alem deste plano e além de um outro, há planos ainda mais superiores a se alcançar. Planos em conexão com a terra, cujos esplendores são inconcebíveis para nós. E aquela rosa parecia saber disso.


Não somos nada alem de uma fina poeira que viaja pela eternidade. Ninguém é mais do que ninguém. Todos nós, na sua vez, andaremos pelo mesmo caminho; a diferença está em saber que o caminho não tem fim.

05 novembro, 2007

O inferno.






Gostaria de lembrar que não existe um inferno como se imagina, mas inúmeros ambientes que vibram dentro de um outro; Ou seja, cada inferno tem a sua determinada sintonia com a vibração existente dentro de uma realidade maior. As almas que lá chegam, são distribuídas conforme a vibração de suas próprias consciências. Em outras palavras, o inferno sempre foi a consciência de cada um, pois é a própria consciência que sempre nos julgou, nos puniu e nos mandou à um destino horrível, ou não.
Não falo de todas as almas deste e dos outros mundos, mas àquelas que atingiram os mais baixos “degraus” de suas existências navegando contra a fantástica criação divina. Também quero lembrar que o modo mais rápido e fácil de se chegar a estes mundos é quebrar as duas preciosas leis da divina criação, que é o homicídio e o suicídio.

Consegui sintonizar-me em uma existência que talvez poderia ter sido o meu inferno. Mas também gostaria de lembrar, que se eu fosse desta para melhor, o mecanismo etéreo e suas complexas engrenagens, me abririam uma passagem ao plano superior a que me encontrava naquele momento, pois, com certeza, a minha alma seria guiada pela maioria dos rastros de minhas ações positivas. É assim com todas as pessoas, desde que não rompam e nem carreguem acúmulos de ações negativas contra a evolução universal.

O mundo que estava vendo era fedido e horrível aos extremos: Havia um sol que nascia e morria no mesmo horizonte fazendo um semicírculo, com isso, com a pouca luminosidade, as sombras dos objetos eram longas e fantasmagóricas; O cheiro de carne podre era insuportável e, pude notar por entre estranhos odores, um cheiro horrível de nicotina; O chão parecia firme ainda que existisse uma grossa camada de cinzas, de poeira - não sei explicar; Não havia nenhuma vegetação com vida, porem moscas, vermes e pequenos roedores e um estranho animal que se arrastava, isso sim, aos milhares; Podia ver dezenas de rios, rasos e sem correntezas, que possuíam uma água grossa e escura – notei isso quando vi “pessoas?” atravessando às pressas.
As “almas?” que lá estavam pareciam atormentas por algo que não se podia ver. Enquanto se sente o poder da divindade em tudo que se vê em um mundo florido e vivo, ali parecia que alguém ou alguma coisa observava por trás do cangote – o que me fazia virar rapidamente e nada encontrar.
Via pessoas se arrastando, pessoas sem os braços e pernas olhando para o nada, homens e mulheres falando sozinhos andando curvados ou enfiando galhos secos “sabe-se lá aonde” e gemendo palavras estranhas referindo-se a não sei o quê. Observei ao longe e vi que haviam talvez, milhares de pessoas ou almas que vagavam aturdidas e perdidas sem rumo e sem vida. Se ali era um dos infernos, fiquei imaginando o como seria o pior deles.
Um anão gordo e de cuecas imundas e largas encostou-me nas pernas empurrando-me.
- Sai. - Gritei.
O meu grito assustou-o tanto que foi jogado ao longe como se eu o tivesse empurrado com bastante força.
Assustado, fugiu correndo rosnando como um bicho qualquer. Ainda pude ver os enormes testículos batendo em suas pernas enquanto corria.
- Baixinho miserável.
Foi aí que senti que havia algo de estranho. Palavras martelavam a minha mente de todas as formas. Senti uma raiva estanha daquela criatura de cuecas. Uma raiva que nunca tinha sentido por ninguém. Estava na hora de partir.

Todas as nossas ações estão armazenadas em nossa consciência; estão arquivadas em nossos DNA s astrais, quando chegar a hora, do juízo, do fim do mundo, ou seja lá quando for, a balança de sua consciência decidirá se você vai para o céu ou para o inferno, independente de qualquer religião, se é rico ou pobre, se é branco ou negro, mocinho ou bandido, pois todos nós fazemos parte de uma mesma consciência. A consciência de Deus.
Não quero colocar mêdo em ninguem, mas dar a certeza de que o maior de todos os infernos, está dentro de nós mesmos.

29 outubro, 2007

Hormônios.







Existem dois principais sistemas de coordenação no corpo humano: o nervoso, que controla e comanda todo o organismo, e o sistema endócrino, que engloba todas as glândulas internas que fabricam os hormônios necessários ao corpo.

É fácil de imaginar o como a história da humanidade foi banhada por inúmeras composições hormonais. Marcos históricos como guerras, conquistas, aventuras, importantes relações amorosas e das mais difíceis às mais fúteis decisões, foram influenciados por uma atividade hormonal gerada por um sistema linfático moldado impiedosamente, através de um longo tempo de sobrevivência.

Não é difícil de imaginar o como a testosterona, que é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas, foi de grande peso para avanços e conquistas da humanidade. A testosterona é responsável principalmente, pela agressividade. Renomados cientistas analisaram as relações de 5.000 casais entre 30 e 40 anos e perceberam que os homens com testosterona alta eram menos propensos a se casar e se divorciavam mais facilmente. Alem disso, os campeões de tal hormônio tinham o dobro de chances de ter relações extra conjugais do que os que apresentavam níveis mais baixos.Talvez, a ansiedade antes de uma grande batalha já perdida, tenha ajudado a uma reviravolta na história. Talvez, uma forte dose de testosterona tenha mudado ou moldado todo o capítulo de uma história já definida.

A endorfina, que durante o orgasmo é liberada na corrente sanguínea, provoca uma intensa sensação de relaxamento. Este hormônio também melhora a memória, o bom humor, aumenta a resistência, aumenta a disposição física e mental, melhora o sistema imunológico, bloqueia as lesões dos vasos sanguíneos, tem efeito anti envelhecimento e alivia as dores. Para aqueles grandes guerreiros que praticavam relações com suas escravas, não é difícil de imaginar como foi o desempenho em sua batalha.

Sabemos o como Reis e rainhas desde os primórdios da humanidade tiveram problemas transexuais e o como isso influenciou em nossa história. Refiro-me a distúrbios hormonais(normalmente no nascimento, não me refiro a falta de ética ou desvio moral; a linha ténue do que é certo e errado é uma questão de conduta, por isso, não julgo ninguém), levando-os a verdadeiros conflitos sexuais. A explicação estereotipada é de "uma mulher presa em um corpo masculino" ou vice versa. A verdade é que a transexualidade de um indivíduo o influenciou na identidade de género oposta ao sexo designado, assim como nos desejos mais extraordinários nas infinitas e inimagináveis conquistas de continentes, oceanos e civilizações.

Hormônios complexos que circulam em nosso corpo são responsáveis por complicadas invenções que culminaram nos mais expressivos avanços tecnológicos. Uma quantidade considerável desta magnifica química, tem nos ajudado até hoje na defesa e no ataque em situações de risco. O "sim" e o "não" são mais complexos do que se pode imaginar. Basta Perguntar a uma mulher com TPM.

A dopamina e a norefinefrina são hormônios que estimulam a sobrevivência em situações complexas de decisões vitais.

A oxitocina é responsável por sentimentos de vínculo emocional, e muitos outros...

A fé, a religião e o surgimento de um deus ocasional, também foram influenciados por essa química extraordinária criada pelo sistema linfático. A verdade, é que o sexo e o poder sempre foram as alavancas do nosso idealismo e integridade.

A evolução levou os seres humanos a desenvolver programações biológicas para que sejamos estimulados a sobreviver a diversas dificuldades do meio ambiente. Qualquer profissional deste conhecimento pode provar isso. Não carrego comigo o conhecimento científico, mas ainda assim, tenho a certeza absoluta desta proeza orgânica através do tempo.

Deus? Ele existe sim. Além de criar toda a fórmula química e biológica da vida, foi ele a maior luz que nos deu o sopro da vida. Se assim não fosse, a primeira engrenagem da complexidade biológica, não sairia da inércia.



21 outubro, 2007

A mutação do homem.

Éramos talvez bactérias ou em forma de vírus quando trazidos por rastros de cometas ou em meteoros que aqui chegaram há bilhoes de anos atrás. Nada está provado se nesta época existia vestígios do que seria o ser humano de hoje, mas uma coisa e certa e está provado cientificamente; tudo está em transformação, sempre esteve e sempre estará.
Assim como a borboleta que morre para renascer na sua mais bela forma em toda sua plenitude o homem se prepara para atingir o seu ápice da mais bela perfeição, lapidada através de milhões de anos com grande sofrimento no seu mais alto martírio no domínio de seu mais frio algoz: o tempo.
Através da consciência coletiva acreditamos que todo o tempo de existência do planeta terra está única e exclusivamente resumido ao nosso próprio tempo de vida. Quando lemos a história, inconscientemente acreditamos que estamos diante de estórias imagináveis de algum autor expirado; Não acreditamos realmente que a raça humana carrega biologicamente uma bagagem de fatos ocorridos desde os primórdios da criação, ou seja, há milhões de anos atrás.
Se retrocedêssemos o relógio biológico do homem espantaríamos em nos ver como as mais bizarras espécies.
Comprovadamente dois fatos nos chamam a atenção dentro de um espaço que consiste entre a idade média e a época atual: O homem cresceu e a loira legítima está em extinção. “Não é piada, é fato comprovado cientificamente”. O onitorrino, por exemplo, nada e têm penas, é mamífero e coloca ovos, tem bico e tem rabo; este animal está em plena mutação dentro de um ecossistema e suas exigências naturais.
O homem ainda possui os caninos que um dia foi necessário a sua sobrevivência, e com certeza, um dia não será mais preciso e o corpo humano, aos poucos, os apagará dos registros de seu layout. Talvez um dia as palmas das mãos não serão mais como as das palmas dos pés e do final de nossa coluna, não se terá mais nenhum rastro de um atrofiado membro que pode ter sido um rabo. É notório afirmar, que o apêndice só serve pra se ter uma crise e amputá-lo cirurgicamente e, fora uma grande listagem que foge aos meus conhecimentos.
Tudo na vida muda: o corpo humano, a vida em geral sobre a terra e em todo o universo. Tudo absolutamente tudo está mudando e se adaptando para melhor. O ritmo universal de vir a ser, ser e desaparecer nunca perde a sua sincronia. Nada permanece em sua forma original. A vida é uma mutação contínua a partir de início e crescimento, através da estabilização e maturidade para uma busca de harmonia e dissolução final, mapeando sempre para aquele que vem atrás, preparando sempre o caminho para um crescimento renovado.
E além do mais, individualmente “entenda quem quiser”, o tempo é necessário para vivenciarmos a diferença entre o que era e o que é.

20 outubro, 2007

Indicação.

Zaragata fala de amizade, de amor, de uma luta interminável quanto a salvação de um planeta a beira da extinção.
Onde escrevo e abro as portas de zaragata, é no trabalho: oito horas corridas na maior adrenalina. Motivo este que as postagens poderiam ter mais qualidade e, deixo até a desejar na correção da ortografia. Mas a idéia é esta: "Zaragata fala de amizade, de amor e de uma luta interminável quanto a salvação de um planeta a beira da extinção."
Ainda que uma pequena gota este blog tenta alguma coisa para o bem. O meu maior prêmio é o reconhecimento deste meu desejo.
Mais uma vez agradeço aqueles que estão sempre me dando aquela força, e , em especial, ao Srº Arthurius que com seus blog's, além de criar contos aguçando a nossa imaginação, criticar desonestos políticos, orientar pessoas com "LER", me fez abrir os olhos para um mundo extraordinariamente nôvo, pois eu não sabia nada de nada.
As minhas indicações são:


Butique da Severina
Historias com nome proprio.
Laboratorio de geografia.
Neurônios Perdidos
O Avesso da Vida

15 outubro, 2007

Zaragata.

Terra, há milhares de anos atrás.





Marramed Phaibe levantou-se bruscamente sentindo o ar fresco inundar-lhe os pulmões. Ainda sentia o calor em suas mãos onde o curandeiro havia o segurado firme ao pronunciar certas palavras. Não entendia o que tinha lhe feito; fosse o que fosse, estava vivo.

A linda mulher de olhos claros, filha do chefe da tribo, o empurrou forçando a deitar-se novamente.
O curandeiro ainda na porta de pano virou-se e o olhou fixamente:

"- Você que vive novamente pode decidir o que fazer daqui pra frente. Agora você sabe o poder de suas ações." - e se foi.
Marramed Phaíbe, mensageiro dos mais profundos conhecimentos da ciência, não sabia que mexer com a alma da terra era mexer com a essência da criação de toda uma humanidade.




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Em um planeta distante.





Randorz Phaíbe sentiu que ia lhe faltar forças para ficar em pé. De joelhos, foi erguido por Dharmilo que o ajudou a levantar-se. Sentia a mão lhe queimar e foi difícil focar a visão em algo que não se mexia.
O pequeno homem demonstrava grande força ao segurar Randorz que ainda sem saber o que estava acontecendo, perguntou: - Onde estou?
- A pergunta é, aonde você vai? - Acrescentou Dharmilo.
Randorz entendia agora a importância de sua missão; Um planeta precisava de sua ajuda. De um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde, alguém de sua raça, de sua linhagem, teria que consertar o que foi quebrado há milhares de anos atrás.
A mágica divina é um círculo inquebrável que faz parte de uma grande engrenagem que se expande infinitamente. Círculos vão se formando dentro de uma matemática complexa tendo como resultado, não importando local, planeta ou universo, um único objetivo: Criar sempre.
Mexer nos cálculos da criação é colocar dois universos no mesmo lugar; O paradoxo de uma dimensão não reconhece a duplicidade de uma ação para dois objetivos, e sim, várias ações para um só objetivo: Evolução. Há uma desequilíbrio entre a criação e a evolução, mas nada que a mágica divina não atue.
Randorz Phaíbe já recuperado e lúcido, responde com um leve e estranho sorriso:


- Irei ao planeta terra.







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Terra, na época de hoje.



Senti uma dor incrível no peito, mas a mão doía mais, como se houvesse brasas incandescentes entre os dedos. Phaíbe olhou-me preocupado, mas ainda possuía aquele ar de ironia. Levantou-me e disse pausadamente:
- Você agora passou para o estágio três e, mais do que nunca, a sua atuação quanto a divulgar o que tenho para ensinar é da maior importância. Você não vai ver mudanças de imediato; não vai ser diferente das outras pessoas, as mesmas que não acreditarão em nada no que você falar; vai chegar um momento em que a solidão vai doer tanto que vai se imaginar definhado e desequilibrado numa realidade que machuca.
- Existe uma lenda antiga aqui no seu povo - continuou -. É sobre a criação do ser humano. Uma lenda que narra que no momento da procriação, o criador chama o embrião do futuro ser diante dele para decidir sobre as condições de existência da nova alma: se será macho ou fêmea, rico ou pobre, sábio ou tolo, alma gêmea positiva ou negativa de outrem e assim por diante. Apenas uma decisão ficou em aberto, se a pessoa será virtuosa ou falfeitora, pois "tudo está nas mãos do criador, exceto o temor a ele". A lenda prossegue descrevendo como a alma pleiteia não ser mandada a este mundo. Mas o criador responde: "O mundo para o qual estou lhe enviando é melhor do que o mundo em que voce estava e, quando lhe criei, eu o destinei a esse quinhão terrestre". Com essas palavras, o criador confia a alma ao anjo encarregado de todas as almas no outro mundo. O anjo lhe revela todos os segredos do outro mundo e a conduz através do céu e do inferno. Todavia, quando ela nesce nesse mundo, o anjo apaga a luz do conhecimento, e a alma é encoberta num invólucro terrestre sem o grande segrêdo que ela terá de conquistar de volta.
- E que segrêdo é este, Phaíbe?

- Demorei a entender quando tentaram me explicar, mas hoje eu sei: zaragata.

Fiquei ali imaginando se o abanar das asas de uma borboleta poderia interferir com o destino de todo um planeta.






10 outubro, 2007

Alma Gêmea. (parte VIII, o início).

Marramed voltou diferente. Alguma coisa tinha acontecido além continente que o fez transformar-se em uma pessoa difícil de se conviver.


A nave voltou pior do que estava. Era visível o dano em sua estrutura. Marramed Phaíbe pousou a nave em uma colina e lá a deixou por vários meses sem nem ao menos se preocupar em escondê-la.





Os que sobraram da tribo, que sobreviveram de uma doença que desmanchava as vísceras impedindo a coagulação do sangue - um vírus proveniente de outro planeta -, seguiram além das montanhas na esperança de encontrarem novas terras para se estabelecerem.





Marramed e seu filho com a mulher partiram para o interior da floresta; Aos olhos de Lilith, filha do curandeiro da tribo, tal fato desencadeou uma grande inveja e sem pensar, usou da magia para adoecer a mulher que tanto Adão amava. A linda mulher durou três dias. Apesar dos sintomas serem diferentes da antiga peste, todos imaginaram que ela também tinha sido contaminada.



Adão entrou em desespero e tentou se matar - sentimento estranho para um damaliano -, pensou Marramed. Este, não encontrando outro jeito para amenizar o sofrimento do filho, decidiu usar todo o conhecimento de sua antiga raça quanto a medicina exobiológica. Há muito dominavam o cadenciamento do genoma de espécies e tinham um conhecimento amplo sobre clonagem humana. Usaria tudo que tinha em seu computador de bordo para dar vida novamente àquela que tanto seu filho amava. Ainda dava tempo.


Por um lado, o curandeiro usava todo o seu conhecimento de alta magia para resgatar a vida naquela mulher; por outro lado, Marramed usava complicados aparelhos que conseguiu de uma raça que governava o povo Atlantes.

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Adão estava nu sobre uma mesa fria e antes de dormir profundamente, sentiu a picada da enorme agulha que o atingiu uma de suas costelas.

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O sol brilhava com todo o seu vigor, mas os raios não conseguiam penetrar a vasta floresta, virgem da mão do homem. Ao longe se via uma pequena cascata com suas águas gélidas ainda que não se pudesse escutar o som de sua queda; pássaros voávam por entre as altas árvores frutíferas e pequenas borboletas coloriam o magnífico cenário perfumado pelas várias espécies de flores.



A porta da nave se abriu deixando sair uma pequena rampa que quase tocou o chão. Um corpo de mulher apareceu e cambaleando, andou até tocar o chão. A claridade parecia lhe incomodar, pois quando tirou as mãos do rosto Adão pode ver que era a sua amada; Bela e formosa como sempre foi. Atrás, descia Marramed com ar de cansado que a olhou com certo orgulho. Adão abraçou a sua mulher e chorando deixou escapar o nome de sua amada: - Eva.

- Vamos Elohim, vamos deixar os dois sozinhos. Disse o curandeiro com o corpo completamente pintado com símbolos estranhos. - Símbolos antigos - dizia ele.

Há muito a tribo o chamava de Elohim, pois acreditavam que quando uma pessoa morresse e voltasse a viver o corpo passaria a possuir um outro espírito mais evoluído e com uma missão mais importante.

Lilith sabia que não podia entrar na nave e principalmente mexer no computador. Ainda assim, nos meses que se seguiam, conseguiu convencer Adão a levar as duas para o interior do grande objeto redondo. Lá, mostrou o como era fácil de ligar aquele grande e colorido aparelho.


A grande tela passou a narrar toda a aventura da raça damaliana através dos tempos, através dos planetas; O grande computador, numa linguagem simples, ensinava todo o tipo de ciência e não era difícil para um damaliano entender o que se passava alí. Descobriu inclusive, como Eva voltou a viver; cópia exata de uma outra.



Quando Marramed descobriu o que se passava foi tomado por uma ira incontrolável, pois sabia o que poderia acontecer com o conhecimento nas mãos erradas; Atlântida estava com os dias contados -, pensou.
Sabia que tinha que tomar uma decisão. Olhou para o seu filho e tentou dizer algo mas não conseguiu. Decidido, subiu a rampa de sua nave para depois fechá-la. Em poucos minutos, um estranho barulho surgiu e a nave saiu do chão.



Uma forte luz cortou a noite e banhou Adão o ofuscando. A grande nave, colorida e brilhante, ganhou altura em poucos segundos.



Marramed Phaíbe ainda viu a claridade do dia que se ía silenciosamente do outro lado do planeta terra. E antes de entrar na câmara criogênica, calculou o curso da nave em direção ao sol.



Antes de sentir um frio imenso inundar-lhe a mente um vago pensamento surgiu como um raio em sua lógica de damaliano:



- Um mensageiro do universo jamais daria cabo de sua propria vida. Abriu os olhos e ainda pensou: -Era contra as leis da criação.



Já era tarde de mais.






03 outubro, 2007

Alma Gêmea. (parte VII, o início).




Não havia chances daquele guerreiro ganhar. Quando Pequeno Marramed tinha sido um dos melhores alunos na escola de lutas nas montanhas de Qüerola.

O que mais lhe preocupava era o seu sentimento por aquela mulher.

O grande guerreiro apontou sua lança e atacou sem piedade rasgando roupa e pele de Marramed. A dor foi aguda e surpreendeu-se pela agilidade de seu inimigo; Grande e pesado possuía uma rapidez impecácel em seus movimentos. Notou em seus olhos que havia algo de errado; como se estivesse alucinado. Quando o guerreiro o abraçou chegou a sentir em seu hálito um cheiro forte de ervas. Já conhecia as plantas da redondeza e aquela era alucinógena. Sabia-se lá o que se passava por aquela cabeça primitiva - pensou. Deixou-se cair colocando todo o peso de seu corpo sobre o guerreiro, e ainda assim, não o soltou. O ar já lhe faltava quando usou a perna como contra peso e ficando mais uma vez sobre o oponente. Cabeceou com toda força e nada. O inimigo parecia decidido a liquidá-lo naquele golpe. Procurou ter calma e pensar. A raça branca possuía uma cartilagem nasal maleável, mas com um golpe certeiro e com certa velocidade, poderia se transformar numa excelente arma. Reuniu toda a sua força e, desta vez, golpeou com a cabeça a ponta do nariz de baixo pra cima. A cartilagem fina serviu como uma lança atingindo fatalmente o cérebro do grande guerreiro. A morte foi rápida.

Foi só a noite que se descobriram que a ponta da lança estava envenenada. Foi chamado o curandeiro que passou a noite cantando uma melodia estranha e defumando a tenda. O calor que Marramed sentia fazia-lhe pedir água insistentemente. E todos já o tinham como morto.

O barulho era ensurdecedor. Cidades pareciam tocar aos céus com as pontas das enormes antenas que saíam dos edifícios. Noite dia, dia e noite pareciam brincar com as sombras dos objetos e das pessoas que andavam de um lado a outro. Automóveis cogestionavam as avenidas e deles saíam fumaças que escureciam as alturas. Buzinas, gritarias, apitos de guardas e um trem que passava , completava aquele cenário assustador.

Mas ainda havia pássaros; ainda havia luz; de alguma forma ainda existia esperança.



Uma intensa escuridão cobriu toda a cidade impossibilitando de ver qualquer coisa. Um estranho silêncio o envolveu. Sentia agora um vazio inundar-lhe a alma e pensou se aquilo era a morte. Mas algo se fez vivo. Uma luz sustentada por duas mãos vinha ao seu encontro. Era uma luz amarela que parecia formar as dimensões de um planeta, e do seu interior, raios brancos rasgavam toda a escuridão.

Sentiu o calor de uma voz junto ao seu ouvido que disse em tom baixo. -"zaragata."

Ficou sentado bruscamente em seu leito quando o ar fresco inundou-lhe os pulmões. O curandeiro lhe dava as costas partindo pela porta de pano . E a mulher, rindo, o empurrou forçando-o a deitar-se novamente.

Não entendia o que o feiticeiro tinha lhe feito; seja o que fosse, estava vivo.



Passaram-se anos até decidir procurar uma raça chamada Atlantes. A sua mulher havia morrido e o seu filho, já crescido, ficaria aos cuidados do curandeiro da tribo. A civilização Atlantes possuía uma tecnologia admirável e com certeza algum mentor de outra raça, de outro planeta, administrava tal fato. Seria uma boa chance de conseguir alguns componentes para consertar sua nave; a oxidação causou-lhe problemas irreparáveis quando caiu ao mar.

Olhou para trás e viu o seu filho, já com seus quarenta e cinco anos, acenando vagarosamente; Um belo rapaz que já alcançava a altura do pai e possuia os olhos claros da mãe. O curandeiro também o olhava e parecia dizer tudo naquele silêncio místico que o acompanhara em toda a sua vida. Olhou para frente, respirou fundo, e deu o primeiro passo ao encontro do futuro.











01 outubro, 2007

ORAR FAZ BEM.



AVE MARIA
Ave Maria cheia de graçaO Senhor é convosco,Bendita sois vós entre as mulheresE bendito é o fruto do vosso ventre JesusSanta Maria Mãe de DeusRogai por nós filhos e filhas de DeusAgora e na hora da nossa vitóriaSobre o pecado a doença e a morte.

26 setembro, 2007

Alma Gêmea. (parte VI, o início).


Em todos os povos que se tem notícia, nos presságios dos profetas de todas as raças nos inúmeros planetas que vagueiam pelo universo, o caminho à chama divina é o mesmo quanto ao sentido da iluminação. E o que é experimentada pela alma, ainda que seja em débil grau, mesmo que se passem séculos, a experiência é reconhecida por todos, pois o canto da alma jamais é esquecido.

Nos cantos em mantras na melodia dos tempos antigos; nas misturas de cores inimagináveis em tons que vibram energeticamente emanados de calor; em odores profundos que perfumam a alma, selvagem e liberta; aromas quase palpável sustentam o corpo físico sobre o vento fresco no balanço do sonho; O espírito vagueia ao som do vento.

Mas algo mudou neste cenário exótico: luzes, raios e estopins ensurdecedores faiscavam em sua face. A nave envelhecida pelo tempo que sobreviveu a situações limite, mais uma vez era colocada à prova no sustento de seu ocupante. A força gravitacional puxava a nave rapidamente e nada podia fazer sem os seus aparelhos já danificados, a não ser, usar todos os seus conhecimentos de navegação e torcer para encontrar um lugar que pudesse descer sem grandes estragos.

Por entre as nuvens apareceu um manto verde de vegetação selvagem que cobria todo o horizonte. Milhares de rios se cruzavam indo ao encontro do mar; pássaros de diversas cores e tamanhos, ao longe, indiferentes, voavam de um lado a outro, majestosos; montanhas surgiam do manto verde e desafiavam as alturas formando uma verdadeira muralha viva; em todo o horizonte, a vida surgia a cada instante em grande gloria como se uma grande mágica acabasse de nascer.

O navegante já não sentia a nave tremer, e prevendo o pior, colocou o capacete que lhe cobria da nuca ao pescoço. Ainda sim, o esforço para nivelar a nave era grande e inteligentemente apontou-a para o litoral. Pelo menos - pensou, a água amorteceria grande parte do impacto.

O estrondo foi grande. Pássaros de diversos tipos e tamanho voaram assustados de um lado a outro; animais em pavoroso fugiram sem saber do quê, e em seguida, um absoluto silêncio imperou naquele cenário verde e selvagem.

Tonto, ainda nadou até a praia, onde cambaleando, tirou o capacete e deixou-se cair sobre a fina areia da praia. Sua pela era negra e cicatrizes na face indicavam uma vida dura que tinha vivido. Ficou ali sentindo um cheiro estranho e um gosto salgado na boca; Descobriu mais tarde que a água era composta de uma grande quantidade de sal e iodo e tinha uma incrível capacidade de possuir uma reação química de oxidação em seus aparelhos eletrônicos, ou seja, queimava sem chamas.

O céu era de uma azul intenso fazendo-o contrair as vistas; e a mata fechada lhe trazia dúvidas o que poderia estar lhe espreitando. Pensou no pior.

Assustou-se quando a face de uma mulher apareceu em sua visão cobrindo-o com a sombra de seu corpo. Marramed Phaibe chegou a emitir um estranho som arrastando-se para trás. A mulher continuava ali, o observando com certa curiosidade e, estranhamente, sem medo algum, apontava para o céu e depois para a nave que afundava deixando escapar muita fumaça. Parecia dizer alguma coisa. Foi aí que se lembrou que tudo aquilo que poderia lhe ajudar na sobrevivência naquele planeta acabava de afundar, inclusive, o codificador de idiomas se bem que, era uma linguagem bastante primitiva da mulher, com base em sons ilógicos e gesticulações simplórias.

Encantou-se de imediato com aquela mulher aparentando seus vinte e três anos. Ainda que se movimentasse bruscamente, demonstrava uma candura contagiante, e os olhos, grandes e ágeis, transparecia uma inteligência adormecida. Marramed era um homem alto, porém, ainda que sua raça chegasse aos três metros vinha de uma geração de damalianos baixos com seus dois e meio no máximo, mas ela, alta, ainda que andasse curvada, morena, carregava em seu biótipo um corpo grande e forte e, incrivelmente, uma grande agilidade em seus movimentos. Descobriu com o tempo, que ela possuía uma grande generosidade que nunca tinha visto por onde havia passado antes. O carinho que prestava aos pequenos animais em sua volta era de uma dedicação exemplar.

Passou-se uma semana antes que ela lhe apresentasse ao seu povo que o recebeu com certa desconfiança por causa daquela vestimenta estranha de côr brilhante colada ao corpo. Mas rapidamente, com ajuda de seu intelecto, as invenções que fizera tanto na guerra com outras tribos como na agricultura, engenharia e na medicina, só aumentou não só a confiança, mas lhe deram um cargo de alta responsabilidade que equivalia ao de um médico. Passava o dia dividindo o tempo com a comunidade e o conserto de sua nave; muito danificada pelo tempo que em ficou na água do mar. Se conseguisse fazê-la voar, conseguiria chegar a sua casa pois já tinha a rota traçada em seus registros. Quanto aos nativos, o chefe pediu apenas que a deixasse longe da tribo, num campo de pouca vegetação, pois no resgate que fizeram, um homem morreu afogado e o chefe achava que a nave era de mau agouro.


A medida que as experiências eram expostas entendia a importância da coletividade. A vida humana estaria fadada a um nível animal se tivesse usado apenas os seus impulsos instintivos e inconscientes, mas foi despertada da inconsciência para iniciar a construção de uma norma comunitária que se tornou o fundamento das civilizações e culturas.

A medida que os costumes em grupo são aperfeiçoados e a consciência humana cresce, a luta pela existência física perde o papel dominante de suas normas diárias. A autodefesa individualizada é trocada por uma responsabilidade em defesa da comunidade. Alguns insetos são assim como as formigas, abelhas e certos tipos de cupins -, observou. Marramed Phaibe notava sistematicamente a mudança e se sentia culpado de ser a causa da aceleração desse processo, que normalmente, levaria centenas de anos.



Escutou gritarias animalescas ao longe. Cruzou a pequena aldeia seguindo o foco da atenção de todos e pôde observar que uma tribo visinha clamava por vingança referente a uma briga anterior a sua chegada. Entendeu que, quando duas tribos cruzassem o caminho uma da outra e ambas escolhessem o mesmo lugar para permanecer, os dois guerreiros mais fortes se confrontariam até a morte. Quem vivesse levaria tudo, inclusive as mulheres.

Um homem de aparência rude levantava a sua lança ameaçadoramente olhando para o guerreiro da tribo vizinha que era quase o dobro de seu tamanho. Este homem era irmão daquela linda mulher que parecia não querer que houvesse o duelo. O pai, chefe da aldeia, balançava a cabeça parecendo ser forçado diante de suas próprias leis.

Marramed Phaibe sabia que aquele rapaz não teria nenhuma chance, e sentindo certa preocupação pelo fim daquela tribo que simpatizara profundamente, gritou ferozmente levantando os braços. Todos o olharam e estranharam quando aquele homem de cor escura, diferente deles, pegou a lança da mão do rapaz que muito a contra gosto a entregou, e caminhou em direção ao chefe. Não foi muito difícil de explicar que queria tomar o lugar do rapaz. O chefe, olhando para o filho, acenou afirmativamente mostrando-se aliviado. E antes de se virar em direção ao seu oponente, notou que a mulher o olhava surpresa. Os olhos brilhantes e acentuados se enchiam de lágrimas parecendo perguntar "por quê?". E ele pareceia entender as lágrimas da mulher mesmo não compreendendo o que estava fazendo ali, com aquela lança, prestes a enfrentar um guerreiro que já estava acostumado a fazer aquilo: matar.

O grande guerreiro o olhou de cima abaixo tentando entender se aquilo que brilhava ao sol era a sua pele ou uma espécie de roupa, pois no momento, imaginava que aquela face negra era uma espécie de tinta negra para a ocasião de luta.

Marramed Phaíbe tinha certeza agora; sentia alguma coisa forte por aquela mulher.

08 setembro, 2007

Alma Gêmea. (parte V, o início).


No início, a vida em sua maior aspiração, eclodiu em pulsos rítmicos as mais simples formas de vida emanadas por um campo elétrico de baixa densidade. Há cada eclosão, minúsculas partículas de vida foram lançadas ao universo predestinadas a um dia voltarem ao ponto de origem. Estes pequenos campos elétricos, em suas essências mais sutis, gotas translúcidas de vida, iniciaram daí uma jornada subordinada a regras de causa e efeito com a única finalidade de evoluir. Por isso, tudo que existe evolui para melhor, pois o ambiente está sempre forçando a vida adaptar-se.
O equilíbrio da ação e reação foi abalado quando a luz do conhecimento se fez presente.
A luta passou a ser mais acirrada e uma corrida de sobrevivência surgiu. Almas perdidas e aturdidas numa escuridão vazia e fria passaram a vagar almejando a independência da criação. Porem, almas fiéis aos preceitos de sua existência, almejando a continuidade daquilo a que foram predestinadas, resistiram duramente buscando o equíbrio em que sempre viveram.
Na eclosão da vida, todos estes filetes que nasceram juntos em um mesmo momento, numa mesma vibração, no mesmo posicionamento entre planetas influenciados por seus campos gravitacionais, passaram a ser interligados ainda que a distância fosse grande. Com os distúrbios do desequilíbrio muitas almas se distanciaram, mas ainda sim, sempre ficaram ligadas através do tempo e do espaço. São chamadas de almas gêmeas.

Randorz tinha esse conhecimento porque o povo damaliano passava de pai pra filho através dos tempos remotos de sua civilização. Sabia que todo ser de alguma forma distribui pelo universo a essência de sua existência: na reação ou em sua ação.

Dharmilo deixou clara a finalidade do projeto: Facilitar o contato de duas almas que sempre viveram em mundos diferentes, que sempre evoluíram em rítimos diferentes, mas ainda sim, interligados num fluxo orquestrado pela criação.

- Conseguimos identificar o seu aluno. – Falou Dharmilo cortando o silêncio do quarto.
Perguntou: - Já decidiu se abre os braços para o seu destino?
- Qual o planeta?
- No quadrante de Ur, na parte deserta. É um planeta que orbita uma só estrela. Os habitantes estão vivendo o início da propulsão imantada.
- Então ainda são carnívoros. – Disse ficando de costas para a grande janela.
- Todos vocês vão ficar na distância e manter contato mentalmente com eles.
- No quadrante de Ur tem poucos planetas habitados.
- Um próximo a estrela de Ur tem. Os habitantes chamam de Terra.

Randorz olhava novamente aquela paisagem de pouca vegetação. Agora, parecendo um estranho entardecer, as sobras surgiam como fantasmas dos habitantes que um dia, ali viveram. Via ao longe, grande e majestosa, a lua daquele planeta. E mais além, um planeta vizinho.
Uma coisa era certa: iria ao encontro de alguém que de alguma forma, era parte dele.

27 agosto, 2007

Indicação para um prêmio.


VALEU.

Gostartia de agradecer, e com certa surpresa, a indicação BLOG 5 ESTRELAS pelo nosso amigo blogueiro Arthurius Maximus, criador do Visão Panorâmica. Com grande inteligência, desnuda um cenário insultuoso da política; Com uma visão coerente, faz um discernimento implacável

dentro de um sistema frio e corrupto, onde o povo brasileiro padece de mãos e bôcas atadas.

Tenho apenas alguns meses na internet e por isso me falta a experiência dos recursos que posso ter para uma boa postagem. O meu Blog ainda é uma criança, mas há o desejo que esta intenção pese na balança para o bem.




Um abraço a todos.




Meus indicados para o premio são:

http://www.panoramainternacional.com/visaopanoramica.php

Laboratório de Geografia.

Pensamentos Equivocados.

Sem Título Ainda.

Histórias Com Nome Próprio.

21 agosto, 2007

Alma Gêmea. (parte IV, O Início).

Quando abriu os olhos, a primeira coisa que notou foi àquela enorme janela redonda com um grosso vidro levemente escuro. Ficou imaginando o como era importante evitar que o ar lá de fora entrasse no interior daquele quarto.
Estava relaxante aquele cômodo. A maioria das civilizações avançadas naquela galáxia usava em sua medicina, a côr, o som e o odor. Há muito deixara de ser uma medicina alternativa; mas a soma de recursos benéficos e eficazes quanto à eficiência de melhora.
No canto da sala havia um pequeno aparelho que soltava partículas ionizadas no ar causando um certo formigamento em alguns pontos vitais de seu corpo: Algumas civilizações chamavam estes pontos de chakras e era de se espantar que elas ainda os energizassem com meros cristais.
Lá fora, uma terra devastada sob um céu vermelho vivo. Não havia vegetação e as montanhas gastas pela erosão do tempo, predominavam os quatro cantos daquela trágica paisagem.
- Vejo que acordou. – disse Dharmilo fazendo Randorz dar um leve sobressalto -, Os damalianos têm uma rápida recuperação. Admirável, devo dizer.
- A sua medicina é admirável – respondeu, - não sei se a minha conseguiria me salvar.
- Creio que não. Vivemos há cada dia a descobrir novas artimanhas contra essa poluição em nossos ares.
- Não foi sempre assim?
- Este mundo já foi um dos mais belos a três mil anos atrás. – Disse em tom melancólico.
- E o que aconteceu pra ficar assim?
Dharmilo sorriu. Disse:
- Você é muito jovem pra essa viagem. Não existe infância na sua raça?; Começam desde cedo a dedicar-se integralmente para o que lhes foi predestinado; Os clãs mais poderosos são àqueles os mensageiros do universo; Sua família deve estar orgulhosa de você.
- Quando posso continuar minha viagem, ou melhor, voltar pra casa?
- Não conseguimos tirar todo o metal de seu corpo, respirou muito metal pesado.Precisamos de mais tempo.
- Minha perna ainda dói.
- Vai passar, mas vai ficar mancando um pouco. Você é jovem e logo ficará bem.
Randorz sentiu uma certa preocupação que vinha daquele senhor, que agora parecendo perdido em pensamentos, disse com a voz arrastada e pausadamente.
- Temos um assunto de seu interesse. - Olhava agora por entre a grande janela arrendondada.
- Sim.
- É mais um pedido: um pedido que precisarás de um tempo para decidir-se.
- Decidir?
Dharmilo virou-se com certo entusiasmo e não mais parecia aquele senhor calmo e preocupado. Segurou Randorz pelo braço fazendo-o sentar-se e continuou:
-Anos atrás, iniciamos um projeto de monitoramento de planetas no ápice de suas maiores transformações. Bem sabes, que nas leis da criação, a balança do equilíbrio da ação e reação não pode haver nenhuma alteração brusca. Só à mãe nossa criadora cabe este direito e só ela pode decidir pra que lado a balança tende a pesar. Como já disse, há milênios a nossa raça cometeu o maior dos crimes dentro da criação: usar o conhecimento pra benefício próprio de maneira egoísta e destrutiva. A reação foi rápida e implacável. Deixamos de herança para os nossos descendentes um planeta doente que sangra há cada mudança de estação. Onde antes havia as mais belas formas de vida no mais perfeito equilíbrio, adaptadas na mais perfeita harmonia no meio ambiente em que vivíam, temos hoje as mais horríveis aberrações que a natureza pode formar, evoluindo numa direção alienada e descontrolada com essência assassina.
- Sendo assim - continuou -, resolvemos opor às nossas ações destrutivas e contrabalancear com ações construtivas ampliando os efeitos da reação através de nossa galáxia procurando planetas em desequilíbrio e dando à eles a chance de se corrigirem para não acontecer o que aconteceu conosco. Só mexendo sutilmente no destino de uma raça, recolocando-a em seu rumo, ajudando a nossa mãe criadora, talvez consigamos a redenção de nossa raça e o universo comece a cosnpirar novamente a nosso favor, e a evolução da vida que voce está vendo lá fora, volte a seguir o caminho que a nossa mãe tinha arquitetado.
- Mas e o que tenho a ver com isso?.
- Salvamos a sua vida e voce é um mensageiro da criadora.
- Tenho que pagar...
- Não estou cobrando estou mais para lhe ajudar.
- Mais do que tens me ajudado?
- Mais do que imaginas.
- Interferindo num planeta não abalaria o seu equilíbrio?.
- Não podemos mexer no paradoxo de implicação terrena, por isso, o único jeito de interferir sem causar danos ao equilíbrio planetário, é coordenar ensinamentos profundos de nossa arquiteta aos habitantes através dos sonhos. Só reeducando toda a humanidade deste determinado orbe teremos êxito aos nossos propósitos.
Randorz tentava não demonstrar suas dúvidas. Perguntou:
- Mas e eu, o que tenho a fazer, no que vais me ajudar?
- Adiantaremos o fluxo evolutivo de sua existência. Pediremos humildemente a nossa mãe que seja possível voce encontrar conscientemente a sua alma gêmea.

Lá fora, ventos fortes surgiam do horizonte; A maré vermelha avançava sistematicamente em pequenas ondas, avançava lentamente; carregava consigo um silêncio mórbito e fatal. No céu, a silhueta de dois grandes planetas por entre um manto infinito, estrelado e colorido.
Randorz Phaíbe viajava agora em pensamentos distantes tentando encontrar nas profundezas de sua concepção, o significado para "alma gêmea".

06 agosto, 2007

Alma Gêmea. (parte III, O Início).

Lembrava-se quando mais jovem, na solidão de sua caminhada nos montes Altos na cidade de Zaraf, que o vento nas folhagens era o único som que cortava o silêncio em sua volta. A paisagem que sempre lhe entorpecia a alma, parecia a cada dia, mais distante de sua lembrança. Esforçava-se em lembrar das fisionomias de alguns amigos que fizera antes de partir. Sentia agora, as armadilhas do tempo.
Os damalianos tinham como cultura, guardar na memória, toda a árvore genealógica de sua linhagem. Quando havia alguma festividade, alguma cerimônia dos tempos antigos, cada primogênito de cada clã tinha que recitar toda a linhagem em voz alta e firme, demonstrando um equilíbrio impecável e reverência aos antigos que se foram.
Sentiu a nave tremer. Foi quando notou que estava claro do lado de fora. Não estava mais submerso e várias criaturas de pequeno porte puxavam a sua nave, com ajuda de um enorme e estranho veículo que não emitia um único som, mesmo com o grande esforço que fazia. Eram pequenas criaturas esqueléticas que se espremiam procurando a melhor posição para puxar com firmeza. E ao longe, um homem não tão alto porém de uma estatura maior do que aquelas criaturas, observava com atenção o trabalho organizado daqueles pequenos seres que já faziam algumas dezenas de metros.
Assim como surgiram, todas aquelas criaturas sumiram de sua visão. Mas o homem, calmamente andou para a porta de entrada. Bateu três vezes. E o jovem negro, mancando, indeciso, trêmulo, levou a mão três vezes ao cristal de abertura da porta, antes de decidir em abri-la.
Só bem perto do homem já idoso, que notou um pequeno aparelho que saía de suas narinas. O homem sorridente, balançou a cabeça parecendo cumprimentá-lo. O mesmo fez procurando não constrangê-lo. O homem falou:
- Dharmilo, o seu interprete.
Ficou surpreso que falava o seu idioma, e mais ainda, qual idioma falar sem antes conhecê-lo. Respondeu:
- Randorz, filho Jadlan Phaíbe, filho de Jurzax Phaíbe, que é filho de .....- notou que alguma coisa estava errado: parecia que alguma coisa em sua garganta o impedia de falar normalmente.
- Respeito a sua família com grande honra mas não é necessário falar toda a sua geração enquanto a porta está aberta.. É melhor fechá-la.
Randorz simpatizou de imediato com aquele pequeno homem que parecia não medir as palavras ao expressar-se.
- Voce agora está seguro. Deu sorte de cair aqui perto da margem e faltando apenas seis dias para a maré recuar. A cêra de cristal galvaniano protegeu bem a sua nave neste tempo que estava submerso. Os samitas já consertaram os buracos externos, resta dar o acabamento e isso só voce sabe fazer.
O homem lhe fitou seriamente em seus olhos parecendo procurar algo que não entendia.
- Voce está muito contaminado. Temos que levá-lo imediatamente pra tirarmos todo esse minério em seu sangue.
Sentiu vontade de rir freneticamente e não sabia o porquê. Estava muito tempo deitado já convicto em seu destino horrível, talvez por isso, as pernas estávam pesadas. Só agora podia ver que o seu ferimento estava horrível. Não sentia dor porque a quantidade de anestésico e as vêzes que tomou, tinha sido muito grande. A cabeça doía.
O velho homem correu para segurá-lo. Sentiu na face uma leve brisa dos montes Altos de Zaraf. As estrêlas pulávam de um lado a outro num céu profundo. Pássaros brancos mergulhávam numa água de um infinito azul cristalino. Núvens surgiram do horizonte onde apenas um sol amarelo reluzia magestoso. Uma vegetação verde surgia do chão cobrindo uma grande extensão de terra. Parecia que todo o planeta explodia na mais perfeita harmonia, num azul que envolvia todo o orbe terrestre. Era um planeta azul que reinava magestosamente. E ao longe, bem ao longe, escutou uma voz que susurrou: - Terra.

24 julho, 2007

Meditando IV

"Só tão alto quanto o que alcanço
posso crescer,
só tão longe quanto exploro
posso chegar,
só na profundidade para que olho
posso ver,
só à medida que sonho posso ser."

(Karen Ravn)


"A verdadeira viagem da descoberta consiste não em procurar
novas paisagens, mas em vê-las com outros olhos."

(Marcel Proust)



No silêncio você pode ouvir a susurro do infinito.

20 julho, 2007

Alma Gêmea (parte II, o início).

Na escuridão surgiram dois grandes olhos assustados. Havia algo de errado; O alarme da nave, de desvio de rota, soava insistentemente.
- Luz - disse em voz tremida. E quando a luz surgiu, descobriu que estava flutuando.
Foi com grande sacrifício, na ausência de gravidade no interior da nave, que conseguiu chegar na pequena sala de comando. Sentia tudo tremer. O oxigênio diminuía consideravelmente e a falta de gravidade, o assustava desesperadamente.
"Mas o que tinha acontecido?" - pensou.
O desvio de rota era quase impossível mediante ao programa instalado sistematicamente pelo governo. Seria impossível alterá-lo,visto que, fora programado para ser acessível em cinquenta anos e havia se passado apenas quinze.
Estava sangrando. Procurou em seu corpo e descobriu que alguma coisa lhe varou a coxa esquerda espetacularmente. Meteorito. "Sorte" - pensou. O minério podia ter perfurado o coração, a cabeça ou algum órgão vital. O aparelho gravitacional tambem foi atingido; foram atingidos a sala de mantimentos, a estufa e alguma parte direcional. "Sorte". A reserva d'água estava intácta.
A proteção da nave tinha suas restrições quanto alguns minérios do universo. "Sorte" - falava e repetia várias vêzes para sí. O que mais lhe assustava era a falta de gravidade. Se não reparasse o aparelho gravitacional a morte seria horrível; atrofia muscular e degeneração óssea eram as piores das outras complicações vitais. A morte seria lenta e dolorosa.
Descobriu que a nave se dirigia para um grande planeta vermelho, ou melhor, descobriu que o campo gravitacional daquele planeta dava um novo rumo ao seu destino. Se não calculasse rapidamente uma porta de entrada, a sua nave se chocaria na atmosfera vermelha e o seu fim seria inevitável.
O calor era insuportável. O ouvido parecia querer explodir. A nave parecia partir-se em duas. Agora sentado por causa da gravidade do enorme planeta, e quase sem ar, procurava estabilizar a aeronave tentando ignorar toda a vibração e todo o barulho ensurdecedor. Fora treinado para isso. "Sorte, sorte, sorte".
A nave deslizou por sobre uma grossa e densa camada de líquido vermelho. Quando parou, depois de ter percorrido uns dois quilômetros, a nave cessou, sem afundar. A porta foi aberta e uma grande quantidade de fumaça saiu por ela, para depois, torcindo, o rapaz lançar-se sobre uma pequena plataforma que se esticou sobre aquele mar vermelho. "Sorte. Sorte. Sorte."
Qual a probabilidade de passar por uma chuva de meteoritos, coordenar uma entrada manual com cálculos rápidos e precisos, pousar numa substância que mais tarde descobrira que era vários tipos de componentes químicos como ferro, lítio, mercúrio e uma espécie de substância estranha que não deixava-se solidificar. E o mais difícil; o planeta ter oxigênio. Mesmo em quantidade mínima, mas o suficiente para mantê-lo vivo em quanto expelia os gases de seu pulmão. Qual a probabilidade de estar vivo?.
Sim, sorte existia e alguem a controlava, porque até então, desde pequeno, sempre escutou que a sorte era o produto de inúmeras probabilidades interagindo com um fato. Não. Sorte existe e é incalculavelmente presente, pois ele estava vivo.
Ainda assim, não podia respirar por muito tempo aquele ar pesado. Apressou-se no conserto de sua aparelhagem e já podia fazer quase tudo, ainda que manualmente.
O mêdo de um predador havia sumido há muito tempo em sua escalada evolutiva; estava em outro planeta e dezenas de sinais circulávam sistematicamente em baixo de sua nave. Enquanto trabalhava, os olhos procurávam a pequena tela na espectativa de uma possível alteração na presença de vida que se movia lentamente, como se o estudasse para devorá-lo há qualquer momento de sua distração.
A perna lhe doía mesmo com altas doses de analgésicos pois havia perdido uma pequena parte de sua carne. Sabia que ía ficar com algum tipo de sequela mas procurava não pensar.
A nave começava a afundar. O líquido entrava pelos buracos deixados pelos meteoritos que vararam a nave de um lado a outro. Fechou a sala de comando e procurou pensar rápido. Já podia voar alguns quilômetros pelo menos mas se ligasse o seu reator, com certeza aconteceria alguma reação em cadeia com o líquido em sua volta.
Não havia nada a fazer. Jamais imaginou que este seria seu fim. E não demorou muito.
Silêncio.
A nave estava no fundo. Apenas algumas luzes piscávam mas a escuridão estava em algum lugar.
Finalmente - pensou -, esse seria o seu fim.
Escutava agora, o barulho ensurdecedor do silêncio.

Saudações

A verdadeira religião, é a do coração.