31 dezembro, 2008

Ponto zero (parte II).


Os sonhos são vivos e eternos ou, fleches súbitos de impressões pessoais de nossos mais profundos desejos; São vários mundos exóticos forjados por imagens complexas de uma faísca colorida que há ou haverá de existir, mas ainda assim, submissa a uma consciência entorpecida.
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A razão emergiu ao sobressalto. Alguém me observava pela janela entre aberta. Tentei levantar-me e correr ao encontro daqueles olhos femininos, mas só ali me dera conta que já estava a bastante tempo em meditação. As pernas cambalearam e eu caí ao cão.

Quando levantei ainda com certa dor, já não havia mais ninguém.




Sentia que eram novos tempos estes. O próprio Phaíbe me orientava a permanecer no mundo real mais tempo antes que as sucessivas viagens ao plano astral afetassem minha razão. Mas teria que fazer isso gradativamente num processo contrário, quando no início, eu fizera o mesmo trabalho cautelosamente para doutrinar conscientemente os meus desdobramentos.

E todos os dias procurava informações quanto a desaceleração do planeta. Incrível como havia previsões catastróficas para o nosso futuro. Previsões que sempre acompanharam a evolução social influenciando todo um planeta criando milhares de mitos e superstições infundáveis e sem comprovações científicas. Eu mesmo, imaginava não existir tais provas, mas estava errado.
A informação de um planeta chamado Nibiru estar vindo em nossa direção me fêz olhar as coisas num plano científico. Como poderia existir um movimento de translação perpendicular ao de nosso sistema planetário? Seria impossível.
A natureza giratória e das forças gravitacionais centrípedas e centrífugas que conhecemos forçam todos os objetos a se localizarem girando e orbitando o centro de um sistema gravitacional. Impossível é, um objeto orbitar este mesmo sistema em sentido perpendicular ao do plano orbital. Ainda que existam planetas em órbitas excêntricas variando dentro de um pequeno valor diferencial ao plano achatado de sua galáxia, no caso de Plutão, Urano e Netuno, fica definidamante impossível de existir um orbe girando perpendicularmente à sua estrela o sol, diferenciando de todo o plano orbital geral deste mesmo sistema solar. E além do mais, se houvesse a possibilidade disso ocorrer, baseado na certeza de que a terra tem centenas de milhões de anos de existência, estaria registrado na morfologia do planeta e seria muito fácil de encontrar rastros em fósseis. Um planeta passando perto da terra, numa trajetória complexa como esta, até mesmo para um leigo como eu saberia que nos arquivos geológicos da mãe terra, mesmo através dos tempos, se teria algo de concreto e real e, absolutamente, incontestável.


O fato de alguém me observar significava que eu estava no lugar errado na hora certa. Naveguei por tantos lugares em épocas distintas que por mais que tentasse imaginar quem seria que me observava, passava a ser uma missão impossível.
Quanto ao planeta que se aproxima da terra chamado de Nibiru não me fazer perder o sono, o que mais me intriga e realmente me fazia pensar, era a desaceleração do planeta; Isso sim me fazia temer.
Me fazia temer porque os nossos cientistas já tinham a bastante tempo dados que comprovavam que tal desaceleração estava acontecendo, e o pior, de que não era de agora.
O fenómeno de desaceleração da terra e a consequente expansão da órbita lunar estão associados entre si porque a distorção e perda do momento angular de rotação da terra é consequentemente perpendicular do ganho de momento angular orbital da lua. Fatores como a influência atmosférica, a não constância do momento de inércia da terra e o irregular acoplamento entre o núcleo condutor elétrico e o manto terrestre semicondutor, também alteram a velocidade do planeta.
O que me deixa realmente apreensivo, é que os cálculos que chegaram em minhas mãos não surgiram de informações aleatórias de um ser estranho que usa um macacão estranhamente colado ao corpo, mas, além de uma metodologia que se estimou o número de dias/ano no passado geológico baseado em análises do crescimento de corais fósseis e recentes, houve também, através do anos, pelos cientistas mais renomeados, medições precisas com equipamentos sofisticados a laser. E este assunto já está em pauta a bastante tempo nos maiores e mais importantes corredores científicos.

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Todos nós passamos por momentos difíceis na vida, porém, nem todos se dão o direito de aprender nestes rápidos espaços no tempo. As vezes nos resguardamos, nos silenciamos, nos transformamos em observadores e nos qualificamos humildemente em meros ouvintes, mas com certeza estaremos sempre de um jeito ou de outro fazendo parte das engrenagens da vida, ainda que sejam momentos difíceis.
Deixo aqui as minhas mais sinceras desculpas àqueles(as) que sempre me acompanharam. Este longo espaço sem postagens foi um momento mágico que passou rapidamente. Um grande abraço à todos e mais uma vez, peço desculpas.

09 setembro, 2008

Ponto Zero (primeira parte).


Ultimamente tenho pensado bastante nas viagens que tenho feito. Só agora entendo a responsabilidade que tenho em mãos: Toda a história possui versões forjadas por um sistema fechado. Histórias manipuladas por um grupo ou por outro, mas cuja a finalidade é uma só: A de controlar a grande massa para que trabalhe social e financeiramente para a elite dominante.


Fiquei alí olhando aquele cenário lindo vendo o sol esconder-se sob o horizonte colorido; Os últimos raios refletiam no espelho d'água. Foi quando a imagem daquela mulher me passou rápido pela mente, e me perguntei, tinha a vencido definitivamente? (ver postagem de 16.03.08) Aquela velha sensação de alguem me olhando tinha voltado. Por um momento, senti uma estranha saudade daquela inimiga de olhos claros. Sentei-me e continuei a pensar.

Ainda que a ciência desabroche na consciência do coletivo, despertando dúvidas e desmascarando mentiras do passado, sempre haverá uma mão oculta para enterrar novamente a verdade adormecida.
Mas existe luta... Uma luta insistente dentro da consciência humana, dentro dos sonhos livres, dentro da vontade de saber onde estamos e o que realmente somos. Hoje, faço parte de Zaragata, um sistema alienígena de informar aos humanos, através dos sonhos e em desdobramentos (viagens astrais), os fatos ocorridos na história da humanidade. (ver postagens de 10.12.07)

Há muito temos recebido visitas destes alienígenas em nossas vidas e nunca nos demos contas. Em sonhos, visões, idéias ou até em complexas invenções, Zaragata sempre influenciou para melhor o rumo da humanidade. E por possuírem determinados vírus ainda desconhecidos e complexas bactérias nocivas ao nosso sistema imunológico, evitam o contato físico com o terráqueo escondendo-se em locais distantes como desertos, fundo do mar e em galerias subterrâneas. Ainda assim, em seus rastros deixados em nossa história, os denominamos em várias versões em diversas culturas em várias raças espalhadas pela terra, como: deus Tupan, demônios íncubus, súcubus, anjos da guarda, mensageiros dos sonhos e etc...


Phaíbe, um mentor damaliano que vem me instruindo e me orientando sobre as técnicas antigas do desdobramento, guarda em sua cadeia genética a história fascinante de um antigo clan de instrutores chamados jardineiros do universo. (ver postagem de 06.06.07). Onde os homens assim que nascem, passam por um rigoroso treinamento para que se preparem para longícuas jornadas pelo universo procurando planetas subdesenvolvidos e os ajudarem a evoluírem para o bem.
Não foi o caso da terra. Zaragata foi criado por outros povos que no passado, manipularam egoistamente o sistema biológico de seu planeta e planetas vizinhos, usando a tecnologia adquirida para a ganância, tendo como resultado a devastação de seu sistema planetário e quase a extinção de sua raça, e agora, tentam se redimir ajudando outros planetas a reencontrarem o seu caminho para que não aconteça o que aconteceu com eles, pois o avanço tecnológico, possui dois caminhos a seguir.
Mas, de todas as surpresas que Phaíbe tem me mostrado, a que mais me surpreendeu não foi em saber que Jesus não morreu na cruz, mas a explicação sobre a mudança magnética que está acontecendo em nosso planeta e o porque as autoridades mais uma vêz, estão manipulando a verdade.
Nos últimos anos percebemos que a vida está passando mais rápido. O tempo parece voar. Pois é, isso tem explicação.
Esta fase em que me encontro na aprendizagem destina-se ao conhecimento das leis e assuntos mais complicados no que se refere ao problema ambiental. Phaibe conseguiu realmente me assustar quanto ao futuro do meu planeta.
Nas postagens daqui pra frente tentarei explicar com as palavras de um leigo quanto a física, o desaceleramento do planeta e os efeitos na força eletromagnética.
Furacões, terremotos, descongelamentos glaciais, tempestades magnéticas e certas doenças cronicas são apenas o início, o início de tudo aquilo que os povos antigos têm nos avisado em seus registros marcados em pedras, pergaminhos ou em lendas de bôca em bôca. Talvez, o início do fim de nossa geração.
"Ao entardecer, dizeis: haverá bom tempo porque o céu está rubro. E pela manhã: hoje haverá tempestade porque o céu está vermelho. Hipócritas! Sabeis, portanto, discernir os aspectos do céu e não podeis reconhecer os sinais dos tempos?" - Mateus(16:2,24)

09 agosto, 2008

A história e as estrelas.

A verdade, é que Jesus não morreu na cruz; Casou, teve filhos e continuou os seus ensinamentos aos mais próximos. Também continuou as suas viagens frequentando escolas de nível superior, quanto aos ensinamentos místicos de cura, matemática e cultura de povos antigos. Ainda que retornasse de suas longas viagens, limitava-se a andar longe do público aparecendo raramente aos sábados em suas grandiosas pregações aos seus apóstolos.
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O tempo nos faz acreditar em mitos; E quando nos damos conta, notamos que passamos a maior parte de nossas vidas vivendo em função de velhas crenças que nunca nos levaram a lugar algum.
Olhando as estrelas agora, vendo-as sem interferência da alta luminosidade que existe nos céus no século XXI, observo o como é vasto este universo e o como somos míseros navegando num planeta pequenino a mercê do acaso - acaso maestrado por uma mão divina.
A velha crise voltou; Passo mais tempo no plano astral do que vivenciando a realidade de minha época. Ainda que Phaíbe tenha me orientado bastante quanto ao desequilíbrio emocional de fazer repetidas viagens, ainda me apego ao vício do extraordinário, do desconhecido, e me vejo perdido em pensamentos reflexivos de uma suposta crise existencial. Aliás, quantas pessoas possuem a oportunidade de conhecer a história em tempo real sendo orientado por um alienígena, ainda que use um estranho macacão brilhoso colado ao corpo? Realmente, o impacto inicial desta possibilidade desarranjaria o intestino de qualquer um, mas agora, com o passar do tempo, com a verdadeira história esfregada na cara de maneira fria e cruel, realista e fascinante, o impacto passa agora a ser mais cruel e parece transformar-se num monstro devorador a cada passagem dos fatos. Como as estrelas que vejo agora; sempre estavam ali, mas nunca tive a oportunidade de atentar-me as suas localizações. A verdade sempre esteve ali diante dos nossos olhos, mas por vivermos presos em crenças absurdas e individualistas, criamos um mundo de histórias falsas que levam benefícios sistematicamente para os poucos afortunados que, ironicamente, conhecem a verdadeira história da humanidade.
Agora, eu sei o que eles sabem, aquilo que sempre esconderam magnificamente da humanidade; A religião é o ópio do povo e por sua vêz, a fé move montanhas, montanhas de dinheiro; O trono é para aqueles de visão, porque na terra de cego quem tem olhos é rei; E da história, pontos e vírgulas mudam caminhos e destinos, assim como caminha a humanidade; E Jesus, quem diria? Ele não morreu na Cruz.
Engraçado, as estrelas estão lá brilhando, ainda que algumas delas não mais exista. A história é assim, a lemos e a escutamos de várias formas , e como querem, mas a realidade dos fatos é completamente diferente quando a vivenciamos, principalmente, quando deixamos parte de nossas almas.

12 julho, 2008

O Avatar (A Rosa e a Cruz).


Os doze apóstolos iniciais de Jesus eram todos gentios, escolhidos entre os que viviam na Galileia. E estes, foram os escolhidos para fazer um conselho de movimento cristão, que mais tarde, se daria início a maior religião de todo o globo.
Jesus não aparecia mais em público, mas só para os seus apóstolos nos dias de sábado, dando continuidade aos seus ensinamentos. E ao longo de um ano após a sua crucificação, a igreja cristã criou forma. Foi nessa época que se adotou a cruz como símbolo da cristandade, e ela não tinha um corpo crucificado, mas uma rosa.
A cruz já era usada como símbolo místico e esotérico a muito tempo no Egito por uma fraternidade monoteísta, e ela representava e representa até hoje o corpo humano de braços estendidos simbolizando a imagem do corpo físico, seus sofrimentos e provações ao longo da vida terrena. A cruz não era usada como instrumento de suplício, mas sim, no sentido místico sugerido pelo corpo de um homem com os braços abertos saudando o sol nascente, porque neste hora, a sua sombra projetada no solo formava a imagem de uma cruz. E como essa sombra era passageira e ilusória, sugeria o símbolo do corpo humano físico e de sua existência na terra. A rosa foi acrescentada a cruz representando a alma humana em virtude do seu desabrochar gradual, do perfume suave e da riqueza de suas cores e manifestação de maturidade.

A rosa na cruz simboliza a personalidade da alma que se evolui e se torna rica em experiência e manifestações por meio das aprovações, adversidades, tribulações e sofrimentos do corpo físico e da existência física. Assim, a rosa e a cruz se tornaram a imagem da expressão da alma através da experiência física e humana.

O próprio Jesus foi chamado de A Rosa, a rosa de Sharon.





14 junho, 2008

O Avatar (Após a crucificação)

Mesmo com o corpo transparente, conseguia reter as grossas gôtas de chuva que caíam demasiadamente pesadas. O vento forte surgia das profundezas da noite escura assobiando melodias longas, tétricas e assustadoras. Raios seguidos por fortíssimos trovões iluminavam rapidamente um cenário adormecido e assustador. Talvez, não imaginassem o quanto aquela noite significaria para o futuro da humanidade; Talvez, não pudessem imaginar que aquela noite mudaria o perfil de um planeta por muitos e muitos anos.

Os dois guardas convocados na guarda do túmulo de Jesus tremiam de frio castigados pelo forte vento e chuva; ou, receosos por um deslize, qualquer que fosse. (Era conhecido em todo império romano a alta disciplina de seu exército. Qualquer deslize de sua conduta ou falha profissional de seus afazeres militar, o castigo iria de dezenas de chicotadas até a queima de suas roupas numa rápida cerimonia que finalizaria com a queima de seu corpo nu).
E foi de repente que um raio sobressaio dos outros e uma forte luz azulada pairou sobre os guardas que, paralisados, despencaram-se ao chão em um sono profundo. Um outro feixe de luz mais fraca fêz com que a pesadíssima pedra que fechava o sepulcro de Jesus, flutuasse como uma pena. Foi largada à uns dez metros além.
Notei que não mais chovia, pelo menos alí, onde tudo acontecia na calada da noite, onde agora, imperava um silêncio estranho como se nada arrastasse, nada se acendesse, nada voasse ou nada respirasse. Definitivamente era um silêncio estranho e uma calmaria inexplicável.
E de dentro do túmulo surgiu um corpo magro e visivelmente debilitado que flutuava lentamente para o interior da forte luz azulada. Pude observar com os olhos cerrados que se tratava de uma nave de pequeno porte. Um símbolo me chamou a atenção: era a de um peixe desenhado impecavelmente em sua fuselagem radiante. Ainda pude ver tembem que Jesus levantou a cabeça e acenou com grande esforço, para alguem no interior do veículo. E de suas chagas saíram luzes maravilhosas. Vi uma luz magnífica saindo de sua mão e envolvendo todo o seu corpo numa verdadeira explosão de luzes que flutuava para o interior da nave. A forte luz parecia agora mudar de forma e cores, e na velocidade de um raio, a nave seguiu para os confins da imensidão dos céus.
O sangue que Jesus deixou escorrer para o chão encharcado, desfazia-se com a pequena correnteza dentro da lama pela forte chuva que continuou e, pelos meus dedos molhados e trêmulos que se esfregavam tentando sentir o teor daquele santíssimo fluído.




Já acostumado com a escuridão, os olhos notaram
os objetos no interior do sepulcro: Alguns vasos aromatizantes, uma pedra lisa onde seria o leito mortuário de Jesus e, sobre ela, faixas de linho aproximadamente 30 cm de largura uma sobre a outra, que supostamente enrolava as axilas até o tornozelo de Jesus. Ainda sentia o cheiro das especiarias aromatizadas sobre o linho.

Escutei vozes e afastei-me sorrateiramente. Alguns homens se aproximavam e espantaram-se ao ver o túmulo aberto. Escutei um nome e o reconheci: era o discípulo João.


Os homens gritavam e apontavam a esmo. Estavam completamente atordoados.
" ONDE ESTAVA O CORPO DE SEU MESTRE?"

Daí em diante as estórias são inúmeras e a especulação da realidade é um jardim perfeito para a oportunidade de nascimento de várias seitas de diversas concepções religiosas.
As pessoas do meu tempo parece não entenderem que não importa o que tenha acontecido, o que importa, é que este último avatar, (já existiram outros como conta a história esotérica), nos deixou um legado magnífico de humildade e esperança; Tambem nos ensinou a ter uma fé sem preconceitos ou ganâncias, mas uma fé verdadeira de que sempre vai existir alguem lá em cima que te ama e sempre estará com a gente. O mundo em meu tempo parece se extinguir a cada dia: as pessoas parecem se odiar cada vêz mais e não se amar como deveriam se amar como se ama a sí próprio que foi o que mais Jesus procurou ensinar. A fé não é acreditar naquilo ou naquilo outro; em imagens ou seitas impostas por alguem que díz que a salvação está em doar algo de sí ou de suas reservas, mas a fé consiste em ser humilde e acreditar em sí próprio pela salvação. Doar aquilo que é o de mais valioso para sí: a própria vida em sacrifício e sem querer nada em troca. Fé é acreditar em sí e no amor ao próximo, pois onde erguer uma madeira e orar ao criador em nome de Jesus, a esperança estará alí, forte e renovada: Produto de uma vida de sacrifício que passou a ser sagrada quando esta mesma vida arcou com os pecados da humanidade e ainda assim, foi crucificada.

O começo.

26 maio, 2008

O Avatar (Após a Crucificação)



São perguntas que nunca me saíram da cabeça: se Deus é o pai supremo, o todo poderoso, por quê deixaria o seu filho padecer numa cruz em nome de todo o nosso pecado? Não poderia ser de um outro jeito mais simples? Pois é, cada segmento religioso nos dá uma explicação, mas somos obrigados a acreditar na fé quando a explicação não supre o raciocino lógico. Pra mim, isso nunca me bastou e agora sei o porquê; é como se sempre soubesse que um dia teria a chance de presenciar a extraordinária resposta de toda a minha vida.

Pilatos recebera a ordem de Herodes de soltar aquele que o chamavam de Rei dos Judeus, pois, não havia nada que o incriminasse a ponto de crucificá-lo, penalidade esta dada àqueles em que os crimes fossem bárbaros ou àqueles que subjugassem as leis impostas pelo império Romano. E Jesus apenas atacava a discriminação aos pobres e doentes que não podiam se banhar nas piscinas públicas (lavagem do corpo antes das orações no interior dos grandes templos). Jesus também era contra o comércio religioso e das riquezas acumuladas no interior dos templos. Mais nada, como já disse, nada que o fizessem ser crucificado. O medo do império era que Jesus se tornasse um herói após a injusta crucificação, e por isso, Herodes decidiu suspender tal castigo. Mas quando o soldado portador da mensagem imperial chegou junto à Pilatos, já era tarde. O mesmo soldado ainda correu na tentativa de salvar a vida de Jesus, mas não adiantou. Chegou a enfiar a ponta de uma lança nas costelas de Jesus e julgou que estivesse morto, mas não estava. Vi quando o sangue jorrou ainda vivo e liquefeito. Quando colocaram Jesus no chão, ainda perguntaram: “Quebramos-lhes as pernas?” (costume local após a crucificação): “Não”.Respondeu o soldado confuso.

Pude ver ao horizonte o céu escurecer assustadoramente em raios e trovões anunciando uma grande tempestade. Ainda pensei nos efeitos eletromagnéticos da tempestade interferir com a energia biopsicoenergética liberada por mim neste desdobramento quase físico de meu corpo. A viagem no tempo pela esteira magnética da vida sempre existiu e sempre foi feita, mas sempre teve os seus riscos e dificuldades. É bom lembrar agora que as maiores invenções não foram inventadas, mas lembradas ou trazidas do futuro. (Falarei disso em uma outra postagem)

Jesus estava pálido. Os cortes eram profundos e fatais. Lágrimas escorriam por entre os olhos e diferenciavam por entre as gotas de suor. Se Jesus era portador de autos conhecimentos de cura, ele já não estaria no processo de recomposição vital? E por entre os guardas que jogavam com a sorte a vestimenta de Jesus, familiares e devotos levaram o seu corpo enrolado num lençol branco e aromatizado por ervas nativas.

Jesus foi um homem incrível que lutou por ideais humanos, antes de divinos. A sua voz ainda ecoava por entre os corações daqueles que o levavam para o sepulcro. Parecia ecoar também por entre as montanhas, por entre as árvores que dançavam com o vento e, com certeza, por entre os tempos que viriam a seguir. Jesus conseguiu ser Jesus por dois mil anos e talvez, por muitos mais anos alem do meu tempo.

continua....

26 abril, 2008

O Avatar. (O Sermão que não está na Bíblia).



Mais uma vez estou na Palestina presenciando momentos do passado. E como já disse anteriormente, uso conhecimentos alienígenas para tal façanha, orquestrada por Phaíbe, um dos componentes de um grande grupo que tem a finalidade de mudar, através dos sonhos, a mentalidade humana. Não posso mexer no passado e tenho que impedir quem tentar fazê-lo - como já aconteceu algumas vezes -, pois se assim não fosse, o efeito dominó dentro dos novos acontecimentos, para o futuro, o nosso futuro, seria devastador. Mas não sou único e ninguém em especial, pois se surpreenderiam como existe uma infinidade de pessoas,de alienígenas e de estranhas entidades vivendo este momento magnífico de nossa história que é a passagem do nosso último mestre aqui na terra, Jesus. Descobri que existe até um grupo de cientistas de várias nacionalidades da minha época presenciando também, a vida de Jesus. Como eles chegaram aqui fisicamente, não sei explicar. Podem acreditar ou não naquilo que escrevo, mas para mim, é uma experiência única.

Em toda a minha vida nunca tinha visto um céu tão vivo e estrelado. O cheiro que me chegava nas narinas parecia descrever a paisagem e toda a sua exuberância, e o frescor daquele clima exótico, entorpecia-me a alma em uma outra viagem colorida: sentia a poesia pelo nariz.

Apesar de não entender aramaico, o ouvido do coração era impecável em seu discernimento. Então, era fácil entender o que eles diziam.
Observava Jesus aproximando-se de José, que sentado numa pedra em frente a uma pequena fogueira, desenhava alguns rabisco com um fino graveto. José havia se ausentado do grupo há bastante tempo, pois ele sempre fora um homem difícil de se lidar. Sempre falava alto e era raro encontrá-lo em silêncio: ou no som de sua voz, ou nos barulhos que fazia em sua volta, as vezes, desastradamente. Não entendia a missão que o seu mestre lhe dera: pescar homens.

A vida já era difícil e o governador Pilatos tinha acabado de aumentar os impostos. Como poderia ganhar o sustento e iniciar uma empreitada com um homem que estava mais para um anarquista?

Jesus sentou-se ao seu lado e nada falou. Pedro sabia da presença do mestre ao seu lado, mas




também nada falou. Os dois ficaram alí por alguns minutos contemplando as labaredas que produziam um verdadeiro show de imagens e estalos incríveis. Jesus, com uma fina e longa vareta, que só agora José se dera conta que ele a segurava, separou uma das brasas junto ao fogo. Era uma brasa ofuscante e linda. Completamente incandescente. E os dois ficaram a olhando até que começou o processo de resfriamento. Uma fina camada de cinza a cobriu a apagou-a por completo. Então, Jesus com a sua fina vareta a empurrou novamente para a fogueira. E como um passe de mágica, o pequeno carvão sem vida tornou-se novamente uma linda pedra em brasa com suas cores vivas e reluzentes. Jesus ainda em seus movimentos firmes e tranquilos, levantou-se calmamente. O mesmo fez José acompanhando-o apenas alguns metros. E José ainda vendo Jesus penetrando na escuridão, gritou para o seu único e verdadeiro mestre.

- Obrigado pelo sermão mestre, amanha estarei com vocês.



Eu, um viajante do futuro, ainda que usando a meditação e exercícios de relaxamento para um plano sutil por uma dimensão no etéreo, vivenciando a tecnologia do meu tempo como rápidos e sofisticados automóveis, telefones celulares, computadores e o homem na lua, venho para o passado e aprender com um homem que é capaz de ensinar sem mencionar uma única palavra.

Este era Jesus.

01 abril, 2008

Agradecimento.


Zaragata existe pra dar um "sacode" na galera que não acredita em nada; não acredita nem em sí mesmo.
Mas basta olhar em volta e ver a vida em movimento numa mágica magnífica de origem divina. Zaragata diz que a história existe, mas escrita e narrada de maneira capciosa.
Agradeço a Tifon por ser mais uma a se juntar neste fabuloso exército de pessoas que tentam de alguma forma mudar para melhor este mundo estranho; ou por versos, músicas, filmes, críticas, reportagens, ou estórias mágicas de aventura ou ficção no caso de Zaragata e Histórias com nome próprio. De alguma forma, criando Blog's na esperança de transmitir uma mensagem de paz.
Os meus indicados são:

Neurônios Perdidos

Laboratorio de geografia.


Visão Panorâmica



O Avesso da Vida

Um abraço a todos.

16 março, 2008

O Avatar(A batalha Final).

Foram quarenta dias na mais completa solidão, mas quando senti o chão arenoso da Palestina, vi o como foi útil conhecer-me na intimidade nesta solidão profunda.
Só na linha ténue que separa o comodismo do desespero de sobreviver, podemos saber quem realmente somos e o que somos capazes de fazer na mais completa loucura.
Cada grão aquecido pelo sol, construía agora o meu corpo dando a velha forma antes perdida nas margens do tempo entre o futuro e o passado. E ainda dormente pela viagem, podia sentir o cheiro doce de azeite e um forte cheiro de estrume.

É fácil de imaginar que Jesus não ficou quarenta dias sem comer e sem beber em pleno deserto, mas sozinho em algum canto em sua solidão profunda na mais absoluta reflexão de sua vida. E a sua consciência divina, com certeza, travara uma verdadeira batalha pessoal no que seria induvidavelmente, as tentações diabólicas de seu auto ego.
Também assim foi um pensamento errado em que se acredita que os avateres subiam grandes montanhas para falarem com Deus, mas assim como no deserto de suas almas, a elevação de seus pensamentos supremos, figuravam as grandes escaladas em grandes montanhas. E foi assim que descobri que a história antiga é cheia de figurações que realçam os anseios da imaginação.

Descobri e entendi que tudo que a gente quer fica justamente fora da zona de conforto, que é necessário sacrifícios para se ter o sucesso em adquirir os nossos desejos. Não devemos desistir nunca dos nossos sonhos e sempre dizer para nós mesmos que o fracasso é impossível. A determinação é tudo para o sucesso.


Escutando aquele homem simples falar de coisas simples dando ênfase da extraordinária mágica de criação, realmente é uma verdadeira viagem, principalmente quando se é conhecedor do futuro e sabe que serão poucas as pessoas que o seguirão com invejável fervor.


Na verdade, Jesus pregava o amor. Ele não falava de religiões, de obrigações religiosas ou da necessidade de rituais místicos para se alcançar os reinos dos céus. Apenas, amar uns aos outros como se ama a si mesmo. E é só. A sua determinação em ter paciência com os homens de pouca fé era impressionante. Quando escutava as suas mensagens, as suas estórias, os seus sermões, eu poderia ser dono do mundo se quisesse. Jesus era um ser humano admirável.



Entre as centenas de pessoas havia um homem que me fitava sistematicamente. Estranhei pois não era fácil me perceberem. Phaíbe me treinara com sucesso na arte de me passar por "insignificante" - dizia ele. Podia subir em pleno palanque diante de milhares de pessoas e nenhuma delas iria perceber. Nada de mágico, mas ser alguém sem importância usando movimentos simplórios, isso sim, era magnífico.
E há o mais difícil, pode não parecer: É não mexer no passado, não induzir o pensamento de ninguém, não pegar e não colocar nada de um lugar para o outro. Estes atos iniciaria uma cadeia de acontecimentos inimagináveis e irreparáveis. Por isso, estranhei o poder de observação daquele homem. Algo estava acontecendo e não sabia o que era.Decidi fazer o mais lógico: misturar-me na multidão e tentar esconder-me sem grande alarde.

- Caifás! - Uma mulher gritou apontando-me para aquele homem barbudo acompanhado de dois grandes guardas empunhando as suas lanças. Lançaram-se ao meu encalço.

Nunca senti tanta agilidade ao correr: benefícios da adrenalina.

Vi ao longe que não poderia ir mais além, pois um rio estava em meu caminho, mas ainda assim, corri desesperadamente ao seu encontro. Lá ao longe, vi que os três homens ainda corriam atrás de mim. Olhei para o rio e pulei. Talvez aqueles homens não soubessem nadar - pensei -, e a minha fuga já estaria traçada. Mas no fundo do rio, deixando a correnteza me levar, ainda pude observar que alguma coisa caira no rio. Pressentia que não era nada de bom. Com grande esforço nadei para mais fundo tentando atravessar para a outra margem até que o ar me faltara e me vi obrigado a subir para respirar. Os homens lançaram as suas lanças e sorri quando me vi fora do alcance delas. Respirei três vezes até que alguém me puxara para baixo. Ainda que guardasse o terrível desejo de acabar com a minha vida, por uns instantes fiquei entorpecido por sua beleza. Os olhos verdes, ainda que submersos, ainda brilhavam infinitamente. Os lábios carnudos ainda que cerrados pelo esforço de segurar a respiração, eram perfeitamente torneados e convidativos. O seu corpo parecia despido com aquela roupa colada ao corpo. Via perfeitamente todo o contorno de seu quadril e todo o volume de seus seios. E os cabelos negros, numa dança exótica ao rítimo de uma maré imaginária, levava-me para mais fundo numa viagem que me adormecia vagarosamente desprendendo-me de minha alma.



- Invoco aos seres do reino angelical para que se acerquem de meus quatro corpos pela ação do amor divino. Em nome do Eu sou o que sou, invoco aos hierarcos dos seres dos elementos e aos elementos que servem no 3° raio. Aos seres do ar, fogo e água e aos da terra, livrai-me com o raios da chama rosa.

Miguel, Miguel, Miguel, lançai a chama do 3º raio e LIVRA-ME.

A sombra de um grande dragão surgiu por trás daquela linda mulher, e quando parecia lançar um ataque, o monstro gritou ao ver e sentir uma espada flamejante de cor rosa penetrar-lhe o peito. Phaíbe me ensinara a usar com responsabilidade os sete raios em meu benefício e se essa era a hora ou não, foi a primeira coisa que me veio a cabeça. A linda mulher, desmaiada, afundava cada vez mais. Usei toda a minha força para alcança-la e tentar leva-la à tona. Mas não deu.


Cheguei a gritar quando consegui segurar um tronco preso numa espécie de planta que flutuava com a correnteza do rio e fiz grande esforço para o ar entrar em meus pulmões. Ao longe, os homens me olhavam desanimados pela minha fuga, e no espelho da água, a imagem distorcida de um arcanjo do 3º raio que sorria pra mim. A esta altura, não sabia se realmente estava vendo alguma coisa. Só sabia, que eu estava vivo.


Estava cansado e não foi difícil decidir que estava na hora de ir para casa. O sol da Palestina esquentava muito, mesmo já se escondendo ao horizonte. A noite seria fria como era de costume neste lado do planeta: Dia quente, noite fria; Do jeito que eu estava, não resistiria a esta brusca mudança de temperatura. E hoje, meu coração está frio, ainda que tenha sobrevivido a uma grande batalha. As vezes, o inimigo se torna um grande aliado, pois ele nos faz fortes e resistentes para sobrevivermos nas outras maiores batalhas.



Obs.: Em memória de uma linda e grande guerreira.





03 março, 2008

A Renovação.



Algo me perturba e não sei o que é. Talvez por isso não tenha conseguido viajar (desdobrar-me) nos últimos dias. Só em saber que em algum lugar há alguém que quer dar cabo de minha vida... Acho que o bom senso me faz ficar preocupado.
Só agora me dei conta que fico mais tempo do outro lado do que aqui, no plano físico. Pode parecer loucura, mas ficariam surpresos o como as pessoas viajam inconscientemente e o como são monitoradas por seus tutores (anjos da guarda?) Talvez por isso, o acúmulo de inúmeras viagens em um curto espaço de tempo, tenha me transformado numa pessoa anti-social; A multidão me assusta, o barulho me deixa tonto e o assunto informal, me irrita e me deixa louco da vida. Pela primeira vez na vida sei exatamente o que significa a palavra medo.
Tenho a certeza que estou sendo seguido. Alguém me observa de longe, me estuda, me analisa. Constantemente estou vendo vultos, luzes estranhas, reflexos abstratos. Uma vez notei que as pessoas em minha volta caminhavam em “câmera lenta”. Conseguia ler os seus pensamentos de forma arrastada e confusa como se elas murmurassem gemidos ou algo parecido sem nexo e sem lógica. Também uma vez fiquei olhando um trocador falar comigo, e eu assim, em pleno transe, tentando entender o que ele dizia:
- Tem que passar o riocard de novo. Demorou muito para passar na roleta. – Disse ele já em voz alta conseguindo me acordar.
Em casa, quando olhei para o espelho, o reflexo que vi foi aterrorizante: A imagem de um homem magro, barbudo, olhos vermelhos e sem vida. Fiquei muito tempo ali tentando encontrar alguma coisa de mim naquele corpo pálido.
“O que estava acontecendo comigo?” – pensei.
Depois de um banho gelado, molhado e nu, deitei-me encolhido no chão frio olhando para o vazio. Sentia dor, mas não sabia onde, respirava fundo, mas o ar não me satisfazia, procurei não pensar, mas imagens de pensamentos passados me transportavam para inúmeros lugares. Fechei os olhos e me perdi, talvez, uma dessas dezenas de pensamentos incompletos.
Lembrei-me da águia em seu mais belo vôo em um céu azul e sem nuvens. Aquela águia tinha me ajudado em uma de minhas viagens. Fiquei entorpecido ao lembrar do vento forte lhe inundando as penas com um cheiro doce e fresco do amanhecer. Minha alma naquele momento, em pleno gozo, inevitavelmente fundia-se com alguma coisa dentro dela, talvez, o bafo da vida.

A águia consegue atingir a idade de 70 anos, mas para isso, na metade de sua vida, ela tem que tomar uma decisão: Ou se entregar e morrer, ou enfrentar um processo longo e doloroso de renovação. Sim porque as suas unhas ficam compridas e moles e ela não consegue mais agarrar pequenos animais. O bico que era forte e pontiagudo, aos 40 anos fica curvo impossibilitando a caça. As suas asas ficam envelhecidas e pesadas e o vôo fica cada vez mais difícil.
Ao escolher sobreviver, ela voa para o alto da montanha e lá ficará em plena solidão. Ela corajosamente baterá o bico na pedra até arranca-lo, pois ela sabe que um outro nascerá ainda mais forte. Com este novo bico, arrancará as suas velhas unhas para que outras venham a nascer, e com as novas unhas arrancará as velhas penas para dar passagem para uma nova plumagem. E após esse dolorido processo natural proveniente de sua escolha, sai para o famoso vôo de renovação e para viver mais 30 majestosos anos.


Todos nós somos um animal que tem o seu tempo de renovação.


Obs: Eu vou sobreviver.

17 fevereiro, 2008

Meditando V (A Solidão)


Há muito iniciei uma jornada sem volta. Sem volta porque tudo que tem me acontecido nestes últimos anos mudou categoricamente toda a minha vida, principalmente o modo de pensar, de ver as coisas como realmente elas são.
Dizem que a solidão é uma sensação de separatividade e desconexão com algo ainda inconsciente, mas afirmo que há controvércias quanto a esta análise psicológica.




Estou aqui no Largo da Carioca - Rj sentado tranquilamente em um banco de concreto olhando as pessoas que passam aturdidas com suas cabeças baixas, cada qual sozinhas em seus pensamentos confusos e incompletos. Fico a imaginar se elas suspeitam que por trás de toda esta imposição pessoal, existe um mundo mágico em guerra. Uma guerra que pode mudar sistematicamente os seus destinos. Elas não sabem que o preceito religioso individual ou coletivo, o preconceito racial, social e moral, a ganância consciente ou inconsciente de ilustrar o status próprio com posses absurdas e desnecessárias, são a causa incondicional de um vazio amedrontador, de um abismo frio e sem fim.


Independente daquilo em que acredito, sabemos que há algo de errado, basta sentar em um banco de alguma praça e observar as pessoas caminhando.

Em uma carta, em um blog ou em algum e-mail perdido; em uma conversa ocasional ou pessoal, expomos o de mais íntimo de nosso ego. Procuramos ser o mais correto possível ética e moralmente, mas ao depararmos numa disputa, nos revelamos frios e calculistas. Diante da conquista, se necessário fôr, seremos um bando de monstros assassinos irreconheciveis. Nós somos assim, é a natureza em nossos cromossomos, basta compartilhar alguma batalha contra um ser vivo como oponente.


Esta é a minha sina; a solidão como companheira.


É bem verdade quando nos dedicamos a uma causa, o círculo de amizade em nossa volta é propenso a mudar; é uma reação comum da ação seletiva inconsciente do nosso modo de vida. Aprenda engenharia que no final de semana tomarás alguns chopp's com a galera de profissão; tenha como de costume a dança de salão e conhecerás várias(os) passistas(os) nas noites de sexta; comece a cantar que logo farás parte de alguma rodada de "batuque"; vá pescar e conhecerás vários grupos de pesca no Orkut; fique solteiro que o seu caderninho de telefones aumentará; entre pra igreja e dezenas de irmãos fará parte de seus churrascos, aniversários, finais de semanas. Tudo é normal e segue o curso normal da probabilidade da causa e efeito, mas, ter pessoas que eu possa falar que há em nossos sonhos alienígenas nos influenciando, bruxas desequilibrando a balança do bem e do mal, espíritos nos incentivando a fazer ações abomináveis, súcubos e íncubos(pequenos demônios) se aproveitando sexualmente da gente, anjos protetores, fadas e duendes...Não, não é normal, por isso, a solidão dói.


Como posso dizer para as pessoas que a religião não existe, foi apenas regras que o próprio homem impôs a sí próprio com o mêdo e a ignorância como pano de fundo. Como posso dizer para as pessoas que Deus não é um velho de barba longa mas uma manifestação de vida que se aprimorou na sua mais perfeita evolução, sem erros e sem caminhos errados.(Acompanhar o próximo post O Avatar, a última batalha).


Hoje estou de folga, mas o pensamento trabalha interruptamente na tentativa de sanar esta minha solidão que dói. Não sou diferente de ninguem, ao contrário, sou igual a todos. Sei justamente que todos já passaram por este momento de separatividade e desconexão(nomes científicos idiotas para solidão). Sei que todos já lançaram uma lágrima triste e solitária ao vento; Sei que todos já se sentiram sozinhos e afastados de alguma coisa que não conseguem explicar, mas tambem sei que o amanha será um outro dia, solitário talvez, ou talvez, um outro dia maravilhoso com árvores verdejantes e dezenas de pássaros a cantar. Um outro dia maravilhoso que terá um minuto de silêncio em homenagem a solidão que deixou de existir.


08 fevereiro, 2008

O Avatar ( A segunda batalha)





Ainda assim, em sua totalidade histórica, a chegada de Jesus àquele grande portal aos inúmeros acessos à cidade de Jerusalém, foi espantosamente indiferente.

Sentado em uma mula magra, cavalgava calmamente por entre um povo indiferente aos acontecimentos alheios. Foi bem verdade que alguns que o conheciam, ou, ouviram falar, se ergueram curiosos na tentativa de observar aquele homem simples de túnica branca. E eu, com certa ansiedade, corri rua Ápia acima e esperei junto ao portal por aquele homem que mudaria a historia dos dois longos e confusos milênios à frente.

Jesus ao passar por duas sentinelas romanas, antes de cruzar o enorme portal, olhou-me fixamente como se soubesse de toda a minha história. A impressão que tive naquele olhar cheio de compaixão, foi que ele sabia exatamente quem eu era e o que eu estava fazendo ali, apesar de não haver surpresas por ele conseguir me "ver" - sim porque no mundo mágico ver e enxergar são poderes completamente diferentes .

Era um homem moreno de olhos claros, cabelos negros, lisos e compridos; Possuia uma barba rala por fazer e suas mãos eram compridas e cheias de calos dando a certeza que possuia uma profissão manual; Usava uma sandália batida feita de algum tipo de vegetal; Usava tambem uma túnica branca, limpa e aromatizada. Descobri mais tarde que raramente sorria e sempre estava com os olhos cheios de lágrimas. A sua voz era firme e a força de seu timbre conseguia prender a atenção de milhares de ouvidos numa área considerável, ainda que em pleno campo aberto.

Não era um homem tão diferente dos outros, mas possuia uma incrível devoção a ensinar e mostrar as suas convicções. Não gritava àqueles que o escutava, mas normalmente falava baixo dando como exemplos estórias, crônicas e provérbios. Andava tambem com prostitutas, com ladrões, com pobres, com deficientes e com os excluídos, mas sempre um grupo estranho o observava de longe; Um grupo que alguns os chamavam de essênios.

Tambem havia um grupo que o escutava curioso na esperança de um milagre, talvez. Mas eu pessoalmente, senti que a maioria das pessoas, as mais simples devo dizer, se enriqueciam com as palavras do que ao ver pequenos milagres.

Não parecia ter a mínima indignação em tocar, abraçar ou acariciar um aleijado, um mendigo, leproso ou um velho. As suas palavras nos chamavam para um mundo sem sofrimento repleto de riquezas espirituais. Falava de um pai misericordioso que controlava todas as leis da natureza dando significado às consequencias após um ato expressivo de nossa parte, caso as corrompessem. Dava ênfase ao sacrifício o tornando sagrado aos olhos do Pai. "- Ao homem de boa vontade..." dizia , " -...caberia os reinos dos céus."
Jesus era um homem formidável com a alma banhada por poesias. Ele amava, sofria, ria, fazia coco e xixi. Andava muito com uma mulher que se chamava Madalena. Possuia vários irmãos. Alguns deles de um outro relacionamento. Sim, Jesus foi um excluído. A história é comprida e fascinante.

Assim, como todos os avatares do passado, Jesus se dedicava a maior parte de seu tempo a ensinar aos seus discípulos as doutrinas e os princípios da mensagem celestial que levariam na missão junto ao povo e de prepará-los para a obra missionária que teriam que leva-la adiante, depois que ele partisse.

Algo estava errado. Aquela velha sensação me invadia terrivelmente o peito. Por entre as pessoas que passavam de um lado a outro, observei rapidamente aqueles olhos verdes que me olhávam ameaçadores. Era ela, a minha alma gêmea negativa - dizia Phaíbe.

Corri por entre as pessoas tentando aproximar-me dela, mas já não estava mais ali. Notei que corria ao longe e decidi ir ao seu encalço.

Logo, um nôvo cenário criou forma. O deserto era quente e rochoso e o calor sufocante e assustador. Ela estava ali, ao longe, parada, como se já estivesse há alguns minutos me aguardando. Parei defensivamente procurando pensar rápido, aliás, Phaíbe me prevenira contra um tal de Caifás e não desta mais nova inimiga que queria acabar comigo não sabia o por quê.

Levantou os braços e alguma coisa aconteceu. Escutei ao longe um som estrando de um animal já conhecido. Só lembrei que som era esse, quando ví descendo por um caminho rochoso dois grandes porcos que corriam em minha direção. Os maiores que já vi em toda a minha vida.
Mas a surpresa e o pavor aumentaram quando vi que aqueles dois porcos se transformaram em


animais estranhos ainda maiores. Arrastavam-se
por entre as pedras soltando sons horriveis.

"-Phaíbe, o que eu faço?" -, perguntei em vão.

Corri desesperadamente como quem corre da morte. Chutei algumas pedras, lanhei-me em alguns espinhos e engolí gramas de areia que só naquele momento tinha notado o como era fina.

Não havia saída. Deparei-me com um pequeno penhasco ao fim de um caminho escarposo. A altura era suficiente para destroçar qualquer corpo que rolasse por aquela descida íngreme.

Aqueles animais me olhavam enfurecidos babando consideravelmente. Pensei que não podia acabar assim. O que tinha feito senão tentar ajudar as pessoas numa empreitada solitária sem ter a crença delas em minha realidade? Não podia acabar assim, mas se essa era a vontade de Deus, ajoelhei e disse a primeira palavra que veio em minha mente.

- Jesus.

Os dois animais gritaram terrivelmente e transformaram-se novamente em dois grandes porcos. Correram em minha direção e ignoraram-me tirando um fino do meu corpo trêmulo. Só abri os olhos quando escutei dois estranhos impactos ao fim do pequeno abismo. Os dois porcos se lançaram para a morte.

A mulher ao longe me observava. Levantei e gritei.

- O QUE QUER DE MIM?

E ela com a mão direita fez um sinal estranho para depois passar o polegar direito de um lado a outro em sua garganda. Entendi que ela queria a minha morte. E se foi.

Sentei no chão quente e chorei. Parei após alguns minutos quando observei o som suave do vento ao longe em um pequeno arbusto. Lembrei de minha mãe que dizia "Homem não chora". Homem não chora diante do insustentável. Um guerreiro não chora diante do inevitável, e se guerreiro ele for, as lágrimas saciarão a sua sêde em plena batalha.

Continua...


19 janeiro, 2008

O Avatar.




É preciso explicar que foram feitas inúmeras viagens(desdobramentos) na tentativa incansável de manter a ordem cronológica dos acontecimentos.



A primeira observação que pude notar foi quanto a data de nascimento do nosso mestre: Há uma diferença de seis a sete anos em nosso calendário.



Outro ponto significativo é que não tenho nenhum conhecimento das diversas línguas e dialetos falados na época. Podia diferenciar o aramaico do grego, o italiano da língua judáica, mas as outras...



Mas uma coisa que Phaíbe me ensinara foi sentir a palavra, o pensamento, o sentimento. E de alguma forma pude entender o que se passara numa época tão misteriosa, quanto aos seus personagens.



Descobri fascinado que a verdade é bem mais fabulosa do que a ficção. E descobri tambem, que as únicas e verdadeiras anotações registradas pelo sistema, pelo governo dominante, são as cobradas pelos impostos.



(nota do autor).











Foram meses de preparativos. Phaíbe dedicava-se como nunca



nos cuidados de minha saúde. Qualquer deslize ficaria preso a um
corpo inerte completamente catatônico e isto me assustava muito.


Estranhos rituais e uma alimentação que não me atrevo a mencionar fizeram parte de minha dieta por um longo tempo. A disciplina era primordial e até uns estranhos e doloridos exercícios eram necessários.




Phaíbe explicava que Jesus não foi e nem seria o último dos avatares. Antes dele citara um homem chamado Mória-el que já havia introduzido no Egito a doutrina da regeneração como recompensa do arrependimento. Falou tambem de Buda, Crisna, Zoroastro, todos seguidores do monoteísmo em épocas onde vários deuses eram cultuados.



Foi categórico ao lembrar-me que jamais poderia mexer nos acontecimentos, isso significava que eu jamais poderia influenciar pensamentos alheios na forma de indução magnética, - lembro que tudo que existe é o produto de uma manifestação elétrica natural, sutil ou etérica, e , o pensamento é uma manifestação elétrica, ainda que psíquica.



Aconselhou-me a controlar a raiva caso cruzasse com algum personagem como Judas. Deveria sim, observar atentamente um tal de Caifás. Na hora, não entendí o porquê.













Fiquei a olhar aquela bela ave de rapina se perder ao longe por entre as montanhas de pouca vegetação. Ainda sentia o seu cheiro, pois ela havia me ajudado a chegar em segurança pelo tempo, a uma época tão distante da minha com uma impecável dança por entre as nuvens, por entre os ventos, por entre os pensamentos. Agora, a discrição era primordial. Qualquer descuido de minha parte - avisava Phaíbe -, poderia ser fatal.
Aquela bela águia parecia saber o que tinha acontecido. Fiquei imaginando se ela saberia a hora de minha volta.



Procurei não pensar.








A palestina na época não era uma nação homogênea com idioma próprio ou interesses que mantivessem unido todo o povo, mas sim, um território de muitas nações com povos que falavam línguas diferentes. Os que professávam o judaísmo pertenciam a um grupo que se havia originado quando do êxodo ou saída do Egito ao comando do profeta Moises. Aturdidos e impulsivos, qualquer motivo os induziam a julgar e a sentenciar com o apedrejamento até a morte. O mínimo era a difamação e a exclusão social do indivíduo - se bem que as mulheres eram as maiores vítimas. Pra se ter idéia, até os filhos de mães que não tivesse contraido matrimônio, eram excluídos pelos outros. Todos os costumes eram cheios de preconceitos, supertições e maldições.



Por mais que tentasse me controlar, a ansiedade de presenciar os acontecimentos ao vivo e a cores me deixava eufórico. Aliás, tudo que sabia era um resto forjado de uma história complexa manipulada pela antiga igreja cristã. É sabido que a própria igreja mandara destruir, após analisar fervorosamente, todos os registros encontrados da época. As anotações deixadas pelas testemunhas oculares fugiam extraordinariamente das afirmações públicas quanto ao nascimento, vida e crucificação de Jesus.



Não entendia o que diziam, mas sentia o que realmente pensávam, como se o sentimento fosse uma linguagem própria ao meu entendimento.



O barulho das cidades não eram mecânicos e nem elétricos mas produzidos por instrumentos pesados e rústicos. Gritarias, marteladas, bodes, crianças, pássaros e relinchos compunham uma simplória melodia diária. As mulheres falávam baixo e suas ações eram na maioria das vezes simples e submissas. Era normal sentir o cheiro de incensos, de oliva, de uva e fezes de animais.



Os homens tinham por costume de se banharem em piscinas públicas antes de suas preces. As suas vestes, apesar do incrível calor, eram compridas limpas e aromatizadas.



Ao contrário do que se pensa, a crucificação de Jesus não foi feita pelos judeus em protesto contra seus ensinamentos ou punição à sua tentativa de se tornar seu líder, o que observei nos comentários em pequenos grupos, é que Jesus não passava de um subversivo para o sistema Romano, para os grandes sacerdotes ortodóxicos. O que não seria difícil de comparar os dois conflitos ideológicos no século XXI; enquanto as doutrinas modernas pregam uma mensagem de desespero, que "-Vós todos sois filhos do mal, nascestes em pecado e viveis em pecado e em pecado morrereis" e isso tudo com um dedo divino enorme apontando, acusando e mandando-o para o inferno, e, que "-Há o reino dos céus afastado de vós e não poderá ser alcançado jamais, a não ser que nasçais novamente e através da regeneração vos purifiqueis e sejais salvos dos pecados que haveis herdado". E era justamente o que Jesus fazia, contrariando idéias antigas impostas ao povo com sangue e morte.


O pobre, doente e aleijado não podiam lavar-se nas piscinas públicas para atravessarem as grandes muralhas ao acesso nos luxuosos palácios de oração, e Jesus combatia isso com amor. As pessoas buscavam nele não os grandes milagres que diziam fazer, mas as palavras de grande riqueza que os enchiam de esperanças. "-Bem aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus", "-Bem aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus". "-Onde um ou mais postar uma pedra ou tronco e orar ao pai em meu nome, lá estarei. E não nas pedras dos grandes palácios e mansões..."(Igrejas?).


Notei que acontecia algo fazendo com que as pessoas levantassem o pescoço na tentativa de ver um homem chegando: um homem que me parecia simples e que cavalgava numa mula magra. Era ele, o rei dos judeus.









continua...

Saudações

A verdadeira religião, é a do coração.