26 maio, 2008

O Avatar (Após a Crucificação)



São perguntas que nunca me saíram da cabeça: se Deus é o pai supremo, o todo poderoso, por quê deixaria o seu filho padecer numa cruz em nome de todo o nosso pecado? Não poderia ser de um outro jeito mais simples? Pois é, cada segmento religioso nos dá uma explicação, mas somos obrigados a acreditar na fé quando a explicação não supre o raciocino lógico. Pra mim, isso nunca me bastou e agora sei o porquê; é como se sempre soubesse que um dia teria a chance de presenciar a extraordinária resposta de toda a minha vida.

Pilatos recebera a ordem de Herodes de soltar aquele que o chamavam de Rei dos Judeus, pois, não havia nada que o incriminasse a ponto de crucificá-lo, penalidade esta dada àqueles em que os crimes fossem bárbaros ou àqueles que subjugassem as leis impostas pelo império Romano. E Jesus apenas atacava a discriminação aos pobres e doentes que não podiam se banhar nas piscinas públicas (lavagem do corpo antes das orações no interior dos grandes templos). Jesus também era contra o comércio religioso e das riquezas acumuladas no interior dos templos. Mais nada, como já disse, nada que o fizessem ser crucificado. O medo do império era que Jesus se tornasse um herói após a injusta crucificação, e por isso, Herodes decidiu suspender tal castigo. Mas quando o soldado portador da mensagem imperial chegou junto à Pilatos, já era tarde. O mesmo soldado ainda correu na tentativa de salvar a vida de Jesus, mas não adiantou. Chegou a enfiar a ponta de uma lança nas costelas de Jesus e julgou que estivesse morto, mas não estava. Vi quando o sangue jorrou ainda vivo e liquefeito. Quando colocaram Jesus no chão, ainda perguntaram: “Quebramos-lhes as pernas?” (costume local após a crucificação): “Não”.Respondeu o soldado confuso.

Pude ver ao horizonte o céu escurecer assustadoramente em raios e trovões anunciando uma grande tempestade. Ainda pensei nos efeitos eletromagnéticos da tempestade interferir com a energia biopsicoenergética liberada por mim neste desdobramento quase físico de meu corpo. A viagem no tempo pela esteira magnética da vida sempre existiu e sempre foi feita, mas sempre teve os seus riscos e dificuldades. É bom lembrar agora que as maiores invenções não foram inventadas, mas lembradas ou trazidas do futuro. (Falarei disso em uma outra postagem)

Jesus estava pálido. Os cortes eram profundos e fatais. Lágrimas escorriam por entre os olhos e diferenciavam por entre as gotas de suor. Se Jesus era portador de autos conhecimentos de cura, ele já não estaria no processo de recomposição vital? E por entre os guardas que jogavam com a sorte a vestimenta de Jesus, familiares e devotos levaram o seu corpo enrolado num lençol branco e aromatizado por ervas nativas.

Jesus foi um homem incrível que lutou por ideais humanos, antes de divinos. A sua voz ainda ecoava por entre os corações daqueles que o levavam para o sepulcro. Parecia ecoar também por entre as montanhas, por entre as árvores que dançavam com o vento e, com certeza, por entre os tempos que viriam a seguir. Jesus conseguiu ser Jesus por dois mil anos e talvez, por muitos mais anos alem do meu tempo.

continua....

2 comentários:

Anônimo disse...

Mais um excelente texto. Aguardo a continuação.

Um abraço.

Tifon disse...

Tens imensa razão, ao ler este texto, fiquei a pensar quanta humanidade estamos a perder com os nossos pecados mortais...

Jesus foi um herói universal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...

uma descrição detalhada, com uma boa e própria maneira de escrever...

Um grande abraço (para não repetir o arthurius =) )

Saudações

A verdadeira religião, é a do coração.