28 novembro, 2007

A primeira batalha.

(Inadequado pra menores de 18).

Fiquei surpreso ao ver Phaíbe caminhar em minha direção. Imaginei ele estar longe da terra, pois havia me deixado sozinho com a missão de estudar e a transmitir os ensinamentos damalianos. Tambem estranhei ao notar que não possuía o seu sorriso característico, e perguntei já contagiado por sua seriedade, se tinha acontecido alguma coisa.
- Há sim. Vamos caminhar por esta rua e me diga se ver algo de estranho. Qualquer coisa - insistiu.
Sabia que alí não era o Brasil, pois as roupas das pessoas e o idioma nos velhos letreiros me davam a certeza de que era um país estrangeiro. Fiquei a imaginar o que estava acontecendo, mas logo, ao sentarmos nas escadarias de uma velha igreja, passei a contemplar aquela paisagem simplória, porém bela, e logo me ví entorpecido em outros novos pensamentos.

Havia uma velha e enorme árvore no centro de uma pequena praça a nossa frente; a sua sombra parecia não terminar e cobria as pessoas que perambulavam calmamente deliciando-se ao frescor de uma leve brisa que vinha do norte. Crianças corriam aos berros fazendo-me lembrar da experiência do "céu". Pássaros pulavam de galho em galho como se procurassem insetos por entre as folhas. Foi quando notei uma linda mulher que carregava inúmeros e pequenos gravetossecos por entre os braços junto ao corpo suado. Phaíbe notou que aquela mulher me chamara a atenção e pareceu interessar-se tambem. Aquele linda figura movimentava-se com equilíbrio e perfeição e ainda assim, parecia não chamar a atenção de ninguém.
Phaíbe agora estava de pé olhando fixamente para aquela mulher. O mesmo fiz colocando-me ao seu lado. Mas alguma coisa estava errado; A mulher também notou a nossa presença. Imaginava até aquele momento que ninguem poderia nos ver, motivo este que sempre me deixava avontade, mas algo tinha chamado a sua atenção sobre nós, tanto, que largou os gravetos ao chão e ficou parada, imóvel, atenta aos nossos mínimos movimentos.

Os cabelos negros caíam-lhe aos ombros desnudos e o "tomara que cáia" tampava-lhe insuficientemente os seios formosos e cheios. Uma colorida saia, ainda que larga e surrada, escondia a silhueta de um corpo belo e esguio nas mais atrevidas curvas da tentação. A sua pele dourada pelo sol parecia exalar um perfume de êxtase e delírio.

- Ela está nos vendo? - perguntei a Phaíbe que ainda a olhava fixamente. Gritou exaltado ao me ver olhando para ele, e não para ela.

- OLHE PARA ELA, AGORA!!!

Assustei-me com seu grito e automaticamente procurei a linda mulher. Fiquei surpreso ao vê-la do lado da calçada em que nós estávamos. Em apenas alguns segundos ela conseguiu atravessar a rua e ficar apenas alguns metros de nós. Vi agora o quanto os seus olhos eram verdes e brilhantes; A face lisa e larga mostrava um semblante de uma pessoa arisca e sagaz. As sobrancelhas por fazer, grossas e acentuadas, combinavam com o seu olhar firme e frio apontado em minha direção. Parecia murmurar algo por entre os lábios incrivelmente carnudos. Senti alguma coisa no centro do meu corpo como se algo lá dentro formigasse demasiadamente. E ainda que o ar me faltasse, uma estranha ereção se formou. Nunca em minha vida senti tanto prazer em ver uma mulher tão bela. Aquela vontade enlouquecida estava me levando a uma ejaculação se Phaíbe não segurasse o meu braço e me chamasse para partir.
Como o coração poderia bater tão lentamente se o estômago parecia me sair pela boca? Como poderia ser tão fascinante e atraente ao ponto de fazer-me lentamente, ainda que excitado, adormecer numa "plenitude explosiva" e enlouquente?

- ACORDA!

Escutei uma voz ao longe me chamando mas não queria saber quem era pois o perfume do universo era doce e suave ao ponto de uma poderosa ejaculação levar-me, sem paradas, a uma viagem por entre todos os planetas, por todas as galáxias, as mais distantes. As nuvens eram tão densas que se poderia esparrar o esqueleto cansado e rolar por entre ventos perdidos navegando nos mais lindos sonhos coloridos.

- ACORDA, SEU MERDA!.

Também escutei o grito de uma águia que passava pelas proximidades. Só agora sentia o como aquela pequena ruela era barulhenta e movimentada. Phaíbe arrastou-me para longe daquela mulher. Acordado agora, ele já não se esforçava tanto, pois eu já conseguia lhe acompanhar tentando entender o que estava acontecendo e principalmente, aonde eu estava.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Você perdeu uma batalha. Ela quase prende a sua alma. - disse olhando para trás.

- Mas que batalha? - perguntei também tentando olhar para trás, mas ele não deixou.

- Merda, merda, merda.

- Você nunca falou palavrão - lembrei.

- Você nunca teve tão perto de me fazer falhar como mensageiro...

- Mas quem era ela?

- A sua alma gêmea negativa. E voce vai ter que enfrentá-la de novo, pois agora que ela sabe que você estar perto e sabe como chegar até ela, vai te seguir onde voce fôr.

- Seguir aonde, lá em casa, nos meus sonhos? Aonde, Phaíbe?

- E você vai ter que dar um fim nisso.

Nunca tinha visto Phaíbe andar tão rápido. Eu mesmo já estava correndo. Continuei a perguntar:

- Dar fim, como? Matar? Exterminar? Passar o rodo?

Puxei-o pelo braço fazendo Phaibe parar. Continuei a gritar.

- Você deve estar brincando; Passei por inúmeros perigos com explosões, enormes ondas, frio, viagens no tempo, céu e até pro inferno eu fui, literalmente. E sem falar que tenho um negão nos meus sonhos e um anão sacudo que tentou sarrar o meu joelho. Encontro agora uma mulher gostosa e você fala que tenho que passar a coitada?

Senti que desta vez ele tinha se magoado com minhas ironias, mas olhou pra mim com grande compaixão e disse calmo e pausadamente.

- Você terá que aprender a usar a chama azul da espada do arcanjo Miguel. Agora, só as legiões da luz podem ajudá-lo. Voce tem que ser rápido, o mais rápido possível.

5 comentários:

Anônimo disse...

Realmente, cochilou o cachimbo cai.

Arne Balbinotti disse...

Olá, vim avisar que tem indicação para o seu blog lá na Butique.
Espero que goste do tipo de liberdade que vejo em seu blog.
Abraços.

Arne Balbinotti disse...

Alma Gemea Negativa?
Espero nao encontrar a minha, ja chega as pessoas negativas que encontrei, alma gemea negativa seria o caos... ou melhor, o holocausto da minha vida.
Mas me diga uma coisa... de onde você tira essas histórias heim?

Tifon disse...

Essa história tem uma essência que penetra na nossa mente como um incenso profundo e suave...

Ainda não tinha notado que puseste o nome da tua personagem no adresso do blog

Interessante xD

Estou a brincar, o post está fantástico.

Tifon disse...

Sorry, mas eu queria ver só como é que acabava .... xD Só na brincadeira...!

O teu post está muito fixe.
Gostei imenso de o ler outra vez.

Um grande abraço mesmo forte do outro lado do Atlântico ;)

Saudações

A verdadeira religião, é a do coração.