Estava preocupado, pois sempre que encontrava Phaíbe, alguma catástrofe iria acontecer. Perguntei: - Phaíbe, como chegamos ao que somos hoje?. As nossas cidades, a nossa raça, a nossa tecnologia.., tudo isso é mérito nosso?.
Phaíbe caminhava calmamente, porém o seu caminhar era estranho, firme e com passadas largas; e mediante a sua altura de mais de dois metros, me forçava a quase correr. A sua cor negra junto ao cabelo grizalho, realçava aquele macacão branco. Respondeu pausadamente:
- Haviam dois grandes continentes chamados Lemúria e Mú. Mú, proveniente da constelação que voces chamam de "Cabeleira de Berenice", era de uma raça branca, alta, inteligente. Teriam eles sido os primeiros habitantes civilizados da terra; e foram eles que ensinaram aos Atlantes todo o seu conhecimento. A capital de Mú era chamada Shalmali II, em lembrança ao nome de sua capital extraterrestre: Shalmali I. A maioria dos heróis e deuses gregos, vieram desta época; como Hércules, Odim e etc. Lembra?. O império começava onde voces chamam de ilha da Páscoa e ia além mar. Foi submerso pelas águas há 70 000 anos. Ao mesmo tempo, o continente de Gondwana ou Lemúria, tinha sua capital Bakhrana, que era a capital dos negros. Sumiu há 25 000 anos. Ocupava uma posição mais ou menos ao lado de onde voces chamam de Autrália. E foi alí, naquele continente, em Gondwna, que surgiram os símios, uma espécie de "subproduto do homem".
- Então, pelo que entendi, a evolução tecnológica do homem teve ajuda de extraterrestres. A raça humana tem sangue extraterrestre. Todos nós somos extraterrestres. Pega leve. - Falei usando da ironia.
- Todos nós somos de longe - explicou -, de um modo ou de outro, como já disse anteriormente, todos nós temos a origem de partículas deixadas por asteróides há bilhões de anos atrás.
- É que é difícil de acreditar nestas coisas que voce fala.
- Mas é fácil de acreditar que transfusão de sangue é contra as leis de Deus, mesmo que para salvar o próprio filho.
- É, conheço uma religião que acredita nisso.
- Na África, o próprio pai com uma gillete, corta o hímem de sua filha quando chega a puberdade. - Uma tribo na África, já lí a respeito.
- Ainda na África, se um homem estiver com aids e ter relações com uma menina nova, a doença passa para ela e o homem fica curado.
- Sim.
- Com tanta doença e miséria no desiquilíbrio populacional, a igreja insiste que é pecado usar preservativo.
- Sem dúvidas.
- Explodindo inocentes com uma bomba amarrada no corpo, acredita-se que sentará ao lado de Deus diante de setenta virgens.
- Ora se não...
- Achou dinheiro; "graças a Deus". Perdeu as chaves; "o diabo escondeu".
Era estranho ver Phaíbe intertido, falando e gesticulando, envolto a um determinado assunto como se acompanhasse toda a trajetória da humanidade terrestre através do tempo. Era impecável a sua intimidade com a nossa cultura. Continuou:
- Hoje voce acredita que estou aqui, mas amanha, em alguns anos talvez, surgirá dúvidas se realmente sou quem diz ser. Voce criará dezenas de pensamentos dando formas a inúmeras possibilidades de minha inexistência. O tempo forja a crença ou descrença de tudo aquilo que se acredita ou acreditou. O segredo é saber que nada é o que é de uma hora pra outra: levou-se tempo, muito tempo.
- Estou entendendo tudo que voce está falando.
- Está sim. A terra não foi feita em seis dias mas em seis marcantes Eras de extraordinárias mudanças climáticas. Estamos vivendo a Era do repouso, do descanso celestial. Mas não pára por aí. A minha função é fazê-lo acreditar na história que o tempo lhe deixou e desacreditar nas estórias que os antigos lhe deixaram. E aí, talvez eu lhe conte sobre as cidades subterrâneas.
- Que cidades?. - Mostrei-me curioso.
- Pra onde voce pensa que os descendentes do passado foram com tanta tecnologia nas mãos?.
Phaíbe levantou-se e continuou a falar olhando para o horizonte, onde o sol já se escondia:
- Na época, o mundo era habitado numerosamente, já disse. Descendentes de Mú, Lemúria, Atlântida e inúmeros povos nômades aventurávam-se pelo vasto planeta; E até hoje os descendentes diretos destes povos antigos continuam suas jornadas de aperfeiçoamento. E é no interior da terra; Onde existe grandiosas cidades em cúpulas gigantescas; Cidades sob um céu de luz própria onde guarda verdadeiros tesouros históricos; Ornametadas graciosamente por peças feitas de ouro, prata, cobre e ferro; Peças lindas feitas de orichac, um metal que brilha como fogo.
- Mas não temos nenhum fato comprovado disso tudo.
- Bom, então vou ter que lhe mostrar fatos. Dê-me a sua mão.
Levantei-me e segurei a mão de Phaíbe que estendida, esperava pelas minhas. Uma luz se fêz ao céu e nos emanou de imediato causando-me incômodo em ficar de olhos abertos. Tudo era claro de mais. Sabia, de alguma forma sabia que Phaíbe achava graça em me ver com mêdo.
13 março, 2007
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Saudações
A verdadeira religião, é a do coração.
2 comentários:
gostei do assunto.
Muito bom, assim como é incompreensível a vida mas, a vida é. "Devemos compreender sem prender e entender sem deter." meu nome: Donizete Burin.
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