Há muito iniciei uma jornada sem volta. Sem volta porque tudo que tem me acontecido nestes últimos anos mudou categoricamente toda a minha vida, principalmente o modo de pensar, de ver as coisas como realmente elas são.
Dizem que a solidão é uma sensação de separatividade e desconexão com algo ainda inconsciente, mas afirmo que há controvércias quanto a esta análise psicológica.
Estou aqui no Largo da Carioca - Rj sentado tranquilamente em um banco de concreto olhando as pessoas que passam aturdidas com suas cabeças baixas, cada qual sozinhas em seus pensamentos confusos e incompletos. Fico a imaginar se elas suspeitam que por trás de toda esta imposição pessoal, existe um mundo mágico em guerra. Uma guerra que pode mudar sistematicamente os seus destinos. Elas não sabem que o preceito religioso individual ou coletivo, o preconceito racial, social e moral, a ganância consciente ou inconsciente de ilustrar o status próprio com posses absurdas e desnecessárias, são a causa incondicional de um vazio amedrontador, de um abismo frio e sem fim.
Independente daquilo em que acredito, sabemos que há algo de errado, basta sentar em um banco de alguma praça e observar as pessoas caminhando.
Em uma carta, em um blog ou em algum e-mail perdido; em uma conversa ocasional ou pessoal, expomos o de mais íntimo de nosso ego. Procuramos ser o mais correto possível ética e moralmente, mas ao depararmos numa disputa, nos revelamos frios e calculistas. Diante da conquista, se necessário fôr, seremos um bando de monstros assassinos irreconheciveis. Nós somos assim, é a natureza em nossos cromossomos, basta compartilhar alguma batalha contra um ser vivo como oponente.
Esta é a minha sina; a solidão como companheira.
É bem verdade quando nos dedicamos a uma causa, o círculo de amizade em nossa volta é propenso a mudar; é uma reação comum da ação seletiva inconsciente do nosso modo de vida. Aprenda engenharia que no final de semana tomarás alguns chopp's com a galera de profissão; tenha como de costume a dança de salão e conhecerás várias(os) passistas(os) nas noites de sexta; comece a cantar que logo farás parte de alguma rodada de "batuque"; vá pescar e conhecerás vários grupos de pesca no Orkut; fique solteiro que o seu caderninho de telefones aumentará; entre pra igreja e dezenas de irmãos fará parte de seus churrascos, aniversários, finais de semanas. Tudo é normal e segue o curso normal da probabilidade da causa e efeito, mas, ter pessoas que eu possa falar que há em nossos sonhos alienígenas nos influenciando, bruxas desequilibrando a balança do bem e do mal, espíritos nos incentivando a fazer ações abomináveis, súcubos e íncubos(pequenos demônios) se aproveitando sexualmente da gente, anjos protetores, fadas e duendes...Não, não é normal, por isso, a solidão dói.
Como posso dizer para as pessoas que a religião não existe, foi apenas regras que o próprio homem impôs a sí próprio com o mêdo e a ignorância como pano de fundo. Como posso dizer para as pessoas que Deus não é um velho de barba longa mas uma manifestação de vida que se aprimorou na sua mais perfeita evolução, sem erros e sem caminhos errados.(Acompanhar o próximo post O Avatar, a última batalha).
Hoje estou de folga, mas o pensamento trabalha interruptamente na tentativa de sanar esta minha solidão que dói. Não sou diferente de ninguem, ao contrário, sou igual a todos. Sei justamente que todos já passaram por este momento de separatividade e desconexão(nomes científicos idiotas para solidão). Sei que todos já lançaram uma lágrima triste e solitária ao vento; Sei que todos já se sentiram sozinhos e afastados de alguma coisa que não conseguem explicar, mas tambem sei que o amanha será um outro dia, solitário talvez, ou talvez, um outro dia maravilhoso com árvores verdejantes e dezenas de pássaros a cantar. Um outro dia maravilhoso que terá um minuto de silêncio em homenagem a solidão que deixou de existir.